A União Tricolor, principal torcida organizada do Joinville, ajuizou um mandado de segurança na tentativa de anular a decisão que proíbe a entrada de torcedores uniformizados com as vestimentas da União por três meses em estádios de futebol. Torcedores da organizada ainda podem entrar nos jogos, mas sem o uniforme característico da agremiação.

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Ao negar a liminar na última quinta-feira, o juiz Hélio do Valle Pereira, de Florianópolis, fez um relato de sua própria experiência nos estádios. Ele se posicionou como “frequentador dos mais habituais em estádio de futebol” e anotou que as torcidas têm rotineiramente entre seus membros pessoas que usam da violência.

-Não falo – vou insistir – apenas como torcedor de cadeiras numeradas. Desde criança vou (e continuo indo) aos campos e conheço praticamente todos os estádios catarinenses – escreveu.

O juiz reconheceu que existe exagero por parte dos órgãos repressivos em criar um “estereótipo de que torcedor de fora do campo de seu time está mal-intencionado”, mas considerou que existe, entre uma maioria movida apenas pela paixão, “um grupo menor que cultua a rivalidade antes pelo gosto pelas brigas”.

O magistrado apontou que não poderia recriminar medidas tomadas para combater as más condutas e completou que a decisão abrangiu as três principais torcidas catarinenses com base em registros da Polícia Militar.

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Ainda conforme o juiz, não está vetada a liberdade de expressão, além de ser uma restrição temporária.

– Os torcedores poderão ir lá, gritar, se divertir, incentivar seus times. Há somente o óbice relativo ao uso de adereços característicos de sua torcida – pontuou.