Em entrevista coletiva na sede do Comando da Polícia Militar de Santa Catarina neste domingo, em Florianópolis, o juiz agrário Rafael Sandi reforçou a consideração de que a tentativa de mudança de terreno por parte dos manifestantes da Ocupação Amarildo de Souza, na SC-401, nesse sábado, rompeu o acordo firmado entre ocupantes e a Justiça.
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– A cláusula 8 dizia que eles não podiam ocupar outro terreno ou sair dali, onde estavam acampados – afirmou ele, que pretende se reunir com o ouvidor do Incra, Fernando Lúcio Rodrigues de Souza, nesta segunda-feira, às 10h.
De acordo com o juiz, o encontro com o representante do Incra tem por objetivo verificar o andamento da escolha do novo espaço para as famílias que ocupam as margens da SC-401 desde dezembro. Na audiência conciliatória, em fevereiro, ficou definido que os manifestantes deixariam o terreno no dia 15 de abril, na próxima terça-feira. Sobre a hipótese de não haver desocupação, o juiz disse que vai analisar até o último segundo para tomar uma atitude.
– Vou estudar até meia-noite de terça-feira para tomar alguma medida – disse.
O comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro, disse brevemente que a ação policial desse sábado foi usada para conter a tentativa de deslocamento dos manifestantes, que chegaram a montar novas barracas na área.
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– A polícia atuou para controlar e manter os manifestantes onde se encontravam desde dezembro, pois já havia 20 barracas montadas no espaço de trás. A polícia foi para conter esta transferência, sem uso da força – disse.
Preocupados com o retorno das polícias, os ocupantes se mantêm em vigília constante. Reuniões estão sendo realizadas pela área e os manifestantes iniciaram uma assembleia geral na tarde deste domingo. O portão permaneceu fechado e vigiado pelo grupo responsável pela equipe de segurança durante todo o dia. Somente os integrantes do movimento têm acesso à área interna.
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