Quem passou pela SC-401, no final da tarde deste sábado, surpreendeu-se com a movimentação policial. A rodovia que leva ao Norte da Ilha de Santa Catarina teve o trânsito interrompido nos dois sentidos, onde mais de uma centena de policiais militares da cavalaria, comando tático, rodoviários militares e batalhão de operações especiais posicionaram-se nas imediações do terreno da Ocupação Amarildo de Souza, às margens da rodovia, na comunidade Vargem Pequena.

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No ar, um helicóptero da polícia sobrevoava a área e direcionava luz para a área onde estavam as famílias. Enquanto isso, os ocupantes se colocaram na entrada do terreno, com muitas crianças e mulheres na primeira fila. No anoitecer, acenderam fogueiras e cantavam músicas de igrejas, o hino brasileiro e reviveram Geraldo Vandré com os versos “Vem ,Vamos Embora, que Esperar não É Saber”.

Enquanto isso, em nota distribuída à imprensa, o comando da PM informava que por volta 16h havia sido ativada a sala de Situação e deflagrada a “Operação Capital”, determinando o sobreaviso de todo o efetivo da capital e unidades especializadas, com o intuito de conter novas invasões por parte dos ocupantes do acampamento Amarido. A desocupação da área está marcada para terça-feira. Mas um grupo aproveitou para montar novas barracas no terreno ao lado.

Os preparativos para os deslocamentos teriam começado na madrugada de sábado. As famílias teriam feito essa migração por dentro das terras, sem bloquear o trânsito, para não chamar a atenção. Mas a ação foi descoberta e por volta das 14h, a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) bloqueou os dois sentidos da SC-401 desde a Vargem Grande até os Ingleses. A estrada só foi liberada por volta das 18h20min.

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Apesar da tensão aparente, coordenadores da ocupação e polícia conseguiram conversar. Foi pedido a presença de um representante do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o qual viria de Chapecó. Sobre o proprietário do novo terreno, as informações divergiam. Falava-se em um sindicato e União. Preocupados com a possibilidade de que os policiais aproveitassem para entrar no terreno durante a noite, quando famílias estejam dormindo, os organizadores da ocupação pediram a presença de deputados e vereadores.

Até às 21h, políticos continuavam sendo esperados e não havia ocorrido nenhum confronto entre PMs e membros da Ocupação Amarildo.