A investigação que terminou com o cerco e morte de cinco jovens em Balneário Piçarras partiu de duas linhas distintas. Uma, da Polícia Civil, dava conta de que os rapazes vinham cometendo assaltos em residências na região. A segunda, levantada pela Polícia Militar, revelou que eles eram suspeitos de formar a quadrilha que ficou conhecia no meio policial como “gangue do traveco”.

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Com o auxílio de um travesti, que ainda não foi identificado, eles enganavam e assaltavam caminhoneiros na BR-101. Os assaltos ocorriam depois que os caminhoneiros abordavam o travesti que ficava nas margens da rodovia.

Na sequência os suspeitos rendiam os caminhoneiros e levavam dinheiro e outros pertences. nenhum roubo de carga foi registrado na região. Assustadas, grande parte das vítimas comunicava imediatamente a Polícia Militar, mas não necessariamente registrava o caso na delegacia.

– Que eu me lembre não tivemos registros desses casos, mas a quadrilha vinha sendo investigada pela PM. Cruzamos informações e descobrimos que se tratavam das mesmas pessoas – explica o delegado Rodolfo Farah.

A polícia tenta apurar quem é o travesti que agia com o bando. A quadrilha era investigada há pelo menos 10 dias. Após o tiroteio da noite de quinta-feira, a Polícia Civil apurou que eles teriam participado de pelo menos três assaltos em residência nos últimos 30 dias.

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As mortes ocorreram porque, segundo a polícia, os suspeitos teriam reagido. Eles foram cercados no interior do município enquanto se encaminhavam para a casa que supostamente seria assaltada.

Um suspeito que seguia em uma motocicleta e conseguiu fugir teria atirado contra a polícia ao ver a primeira viatura parada no meio da rua. O Gol onde estavam os cinco rapazes mortos chegou em seguida e bateu contra um carro da polícia. Os jovens desceram também atirando e foram mortos. Quatro armas foram apreendidas.