Os donos do complexo onde fica a Vila Multishow colocaram uma faixa preta de luto no portão principal onde ocorreu o atentado. Eles pediram à imprensa para não se manifestar segunda-feira, mas marcaram uma entrevista coletiva para a tarde desta terça-feira.

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O dono do complexo, Fabiano Zaniollo Freitas, teria locado o espaço para que outro empresário da noite promovesse a balada. Ambos devem prestar depoimento na Polícia Civil e explicar como foi a briga e o que motivou os seguranças a retirar John Lenon antes do fim da balada.

Os tiros foram disparados de um portão secundário, na saída onde ficam estacionados os carros dos frequentadores da boate. O portão principal fica do outro lado da bilheteria.

O espaço é um dos mais disputados de Canoinhas. A Firma, como é chamado, tem dois grandes espaços, com capacidade para 6 mil pessoas, com camarotes, que podem ser usados separadamente, para formaturas, festas de aniversários e grandes shows musicais.

Em seu site, a 3F Produções, dona do local, explica que a equipe que trabalha no complexo está empenhada em oferecer entretenimento, shows e eventos para Canoinhas e região, visando à satisfação e oferecendo “qualidade e competência em um espaço estruturado, amplo e seguro”. O objetivo é ser conhecido como “a maior empresa produtora de shows e eventos do Estado de Santa Catarina.”

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Tiro distancia dos gramados

James Patrick da Costa Souza, jogador de futebol da equipe sub-17 do Canoinhas, resumiu em seu perfil no Facebook o que aconteceu com ele:

– Após ser atingido por um tiro na perna … 15 dias de atestado… ainda bem que não foi nada de grave… agora, sem poder treinar. Ninguém merece.

Ele estava com amigos na boate e chegou a empurrar os colegas para longe da confusão, assim que ouviu os tiros. Patrick levou um tiro na parte interna da perna direita, que atravessou o corpo dele e só parou na carteira, que estava no bolso de trás da bermuda jeans.

Mostrando onde a bala entrou na bermuda do neto, o avô, José Souza, lamentava o fato de o garoto ter de parar de jogar futebol por alguns dias. Ele corre o risco de ser cortado caso não se recupere da lesão provocada pelo tiro.

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Segunda-feira, na apresentação dos jogadores da base do Canoinhas, James foi o último a chegar. Minutos antes, ele prestou depoimento à Polícia Civil e foi orientado a não falar com a imprensa antes do fim da operação para a prisão do segundo acusado.

Bala alojada perto da coluna

– Eu só senti que algo acertou as minhas costas, mas continuei andando. – Foi assim que Flávia Kuchnir, a outra vítima dos tiros disparados na frente da boate, percebeu que tinha sido atingida.

Segunda-feira, em casa, ela contou, por telefone, que a bala está alojada perto da coluna e que vai precisar fazer algumas novas consultas e exames para saber se poderá retirá-la.

– O médico disse que precisa saber se lesionou algum nervo. Por enquanto, devo ficar em repouso absoluto – disse.

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Flávia mora em Papanduva e estava com amigas na boate Vila Multishow. Ela disse que presenciou a briga que gerou o atentado, minutos antes de acabar a música. Ela foi chamar uma amiga para ir embora quando foi atingida, já no estacionamento da boate.

– Foi muito rápido. Não vi ninguém gritando, tiros, nada. Só lembro da hora em que estava sendo atendida – explica.