Inicia-se nesta terça-feira em Joinville o júri popular de Rodrigo José Pereira Lima, 32 anos. O homem é acusado de matar a ex-companheira Agatha Christie Mafra, 29 anos, com dois disparos de arma de fogo em setembro do ano passado.

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O caso será o primeiro da cidade a ser julgado na nova lei que prevê crimes de feminicídio. A jovem foi morta na rua Petrópolis, por volta das 5 horas, enquanto retornava do trabalho. Rodrigo foi detido uma semana depois do crime. À época, ele foi conduzido à delegacia e afirmou ter matado Agatha porque ela teria o traído enquanto eles ainda mantinham um relacionamento.

O acusado está preso preventivamente desde a data no Presídio Regional de Joinville. Segundo o inquérito elaborado pela Polícia Civil, a motivação de traição não confere com aquilo que foi investigado. O denunciado não estava conformado com a separação, ocorrida meses antes do crime, e por este motivo matou Agatha.

A mulher havia registrado uma série de boletins de ocorrência contra o ex-companheiro, afirmando que ele havia invadido a casa onde ela morava com os filhos e tentado agredi-la. Roupas, documentos e eletrodomésticos teriam sido queimados em uma das brigas recentes.

O julgamento será presidido pela juíza Karen Schubert Reimer, da 1ª Vara Criminal de Joinville, e contará com sete jurados. O Ministério Público não solicitou ouvir nenhuma testemunha durante a sessão, já a defesa solicitou escutar um depoimento. A acusação será conduzida pelo promotor Ricardo Paladino e o réu será representado pela Defensoria Pública.

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A sessão do Tribunal do Júri inicia-se às 9h30, no Fórum de Joinville. Rodrigo foi denunciado pelo MP por feminicídio, ou seja, contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. A Lei Penal considera que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Se o acusado for condenado, a pena pode se aproximar de 30 anos de reclusão.