Para evitar dramas como o do pedreiro Raul Domingos Fagundes dos Reis, Joinville precisaria ter hoje cerca de 40 leitos de terapia intensiva a mais do que os que 34 que possui (14 no Hospital São José e 20 no Hospital Hans Dieter Schmidt, onde o pedreiro morreu).
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A avaliação é de autoridades e especialistas em saúde da cidade. A defasagem é reconhecida pelo secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro, pelo secretário municipal Armando Dias e pelo responsável técnico do Regional, o médico Hercílio Fronza Júnior. O presidente da Sociedade Joinvilense de Medicina, Thomas Huber, diz que desde o ano 2000 o número de leitos não acompanha o crescimento da população, sem contar que Joinville atende pessoas de outras cidades.
Uma portaria do Ministério da Saúde determina que 4% a 10% dos leitos totais de uma cidade devem ser de terapia intensiva. Como já há defasagem nos leitos comuns, por conseqüência há déficit no número de leitos públicos de UTIs. Em vez dos 34 existentes hoje deveria haver pelo menos 52. Se somadas as UTIs privadas, a cidade está dentro do recomendado pela portaria.
O dilema é que não há solução imediata para o problema. No Regional, o plano é ter mais 20 leitos de UTI. Segundo Dalmo, a reforma que incluirá esses leitos está em fase de projeto, que deve ser concluído neste trimestre. Por se tratar de obra complexa, não há data para a obra ficar pronta.
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No São José, o prefeito Udo Döhler e o secretário Armando planejam ativar mais seis leitos de forma rápida, o que não exigiria mais funcionários. Depois, planejam a ativação de pelo menos mais dez leitos no Complexo Ulysses Guimarães. O passo depende de conversa com o governador, segundo Udo, para a busca de recursos, já que cada leito custa cerca de R$ 100 mil.