O time profissional de basquete de Joinville está com as portas fechadas e não tem previsão para reabri-las. Na tarde desta quarta-feira, a Liga Nacional de Basquete (LNB) confirmou para a reportagem de “AN” que a agremiação não faz mais parte do seu quadro de associados, pois a direção da equipe solicitou a desfiliação e a franquia foi extinta.
Continua depois da publicidade
>> Confira opinião de Elton Carvalho no Toque de Letra
O esporte da cidade sofre um duro golpe. Os apaixonados torcedores que, durante anos, lotaram arquibancadas de Ivan Rodrigues e Centreventos não terão mais quem apoiar. O basquete de Joinville respirava por aparelhos desde o fim da temporada de 2012/2013, quando ficou fora dos playoffs do Novo Basquete Brasil (NBB) pela primeira vez desde o início da competição.
Continua depois da publicidade
>> Profissionais que marcaram trajetória do basquete de Joinville lamentam extinção da franquia
Sem conseguir angariar patrocinadores, o projeto entrou de licença na temporada seguinte. O prazo para mostrar interesse em participar da próxima edição do NBB se encerrou em 19 de julho deste ano. Joinville não só se absteve do processo, como antecipou o pedido de desfiliação _ o que já aconteceria naturalmente, já que após dois anos sem atividade a equipe já seria automaticamente excluída da LNB.
“AN” foi atrás dos responsáveis pelo Basquete de Joinville para saber os motivos da saída da equipe da Liga. Leonardo Roesler, o último presidente da Joinville Basquete Associados (JBA), se disse surpreso com a informação, alegando que a entidade só representava a vaga administrada pela Vo2 Marketing e que seria responsabilidade da empresa responder sobre a desfiliação.
Continua depois da publicidade
Por e-mail, Luis Silva, sócio da empresa de marketing esportivo, confirmou a saída da Liga, mas disse que a decisão sobre o fim do projeto não foi unilateral.
-(A decisão) Partiu de um consenso entre o presidente da JBA e Vo2 , para sanar dívida de processo trabalhista que a JBA foi condenada, tendo a Vo2 solidária-, respondeu.
Caminho para o retorno
Apesar de estar excluída da LNB _ entidade que organiza o NBB _ Joinville pode voltar a ter um time no futuro. Mas o caminho para retornar à elite do basquete nacional não será simples. Ele passa pela disputa de etapas classificatórias até a obtenção do direito de voltar ao NBB.
Continua depois da publicidade
Via de regra, a equipe precisaria jogar a Copa Brasil Sul para ganhar o direito de jogar a Supercopa. Campeão e vice da Supercopa ganham o direito de participar, por meio da compra de uma franquia, a Liga Ouro _ uma espécie de divisão de acesso para o NBB. Somente depois desta etapa é que seria possível voltar ao grupo de elite.
Clube-fundador da LNB e um dos berços da modalidade no País, Joinville vê sua imagem enfraquecida no cenário nacional. O esporte brasileiro perde uma de suas grandes equipes, mas perdem ainda mais os joinvilenses, que agora veem um de seus esportes mais tradicionais amargando dúvidas e incertezas.
Perda de patrocinadores é o principal motivo para a saída
Se a saída de Joinville da Liga Nacional de Basquete já é um balde de água fria para os torcedores da modalidade, o futuro do esporte na cidade, em nível de alto rendimento, não é mais animador. Para Leonardo Roesler, que se define como ex-presidente da Joinville Basquete Associados (JBA), não é possível analisar que o cenário irá melhorar nos próximos anos.
Continua depois da publicidade
-O mercado de patrocínio esportivo esfriou muito. Muito se falava em mais investimentos com Copa do Mundo, com as Olimpíadas, mas não foi bem assim-, avalia Roesler.
A dificuldade financeira foi o principal motivo que levou o Basquete de Joinville a fechar suas portas. Sem dinheiro, não é possível montar a estrutura necessária para manter uma equipe de nível competitivo.
O projeto já teve como patrocinadores empresas como Ciser, Brascola, Univille e Romaço. Com o tempo, o empresariado local deixou de investir na modalidade e Joinville precisou ir em busca de capital em outros eixos. O último resultado expressivo – eliminação nas quartas de final na temporada de 2011/2012 -, por exemplo, foi obtido com o apoio da mineira Cia. do Terno juntamente com a Romaço.
Continua depois da publicidade
-A gente sempre tem que lutar com os mercados de São Paulo e do Rio, que são muito mais atrativos do que o Sul-, analisa.
Analisando a situação pela qual atravessa o basquete de Joinville como um ciclo natural, Roesler cita outros exemplos de equipes que precisaram fechar as suas portas em diferentes modalidades, como a Cimed/Florianópolis no vôlei, e a Malwee/Jaraguá do Sul no futsal – posteriormente, o time de Jaraguá voltou a atuar, mas com um orçamento mais enxuto.
Respondendo pela Vo2 Marketing, Luis Silva também credita o fim do projeto à perda de investimentos. Por e-mail, mas sem entrar em detalhes, ele diz que a JBA optou pela mudança no estilo de gestão em abril de 2013, o que foi aceito por sua empresa.
Continua depois da publicidade