46,5% de toda a água produzida diariamente é desperdiçada em Joinville. Os números representam a perda de aproximadamente 83 dos 180 mil metros cúbicos de água produzidos diariamente na cidade. Apesar do índice ser 5,1% menor do que o registrado no final de 2015, os números ainda representam um desafio para a Companhia Águas de Joinville para os próximos anos.

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Na última reportagem de “AN”, em dezembro de 2015, a empresa registrava perda de 654 litros por dia em cada ligação de rede (ou hidrômetro). Hoje, esse número é de 546 litros por dia. A meta traçada pela Águas de Joinville no plano diretor de combate às perdas de água era reduzir o índice para 543 litros até 2019. Segundo a diretora-presidente da companhia, Luana Siewert Pretto, o objetivo deve ser alcançado até a metade do próximo ano.

— O nosso objetivo é sempre reduzir 30 litros/ligação por dia todos os anos. Nossas ações têm sido bem efetivas e já estamos com um resultado bem bom — afirma.

Vazamentos são o principal problema

O maior problema nas perdas de água são os vazamentos, que correspondem a 30% de todo o desperdício. Atualmente, em média, são consertados 30 vazamentos aparentes por dia e 100 ocultos (não visíveis) por mês. Luana explica que um grande número de vazamentos ainda acontece porque a flexibilidade operacional do sistema de produção de água ainda é pequena em Joinville.

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Como a estação de tratamento de água (ETA) Cubatão abastece a maior parte da cidade, a pressão da água precisa ser forte para chegar a pontos mais distantes, como a zona Sul, por exemplo. Com isso, aumenta a probabilidade da rede não aguentar toda a pressão e surgir um vazamento, principalmente nos locais onde a tubulação é mais antiga.

Um dos planos da Águas de Joinville para evitar esse problema é a futura construção da ETA Piraí Sul, que possibilitará a divisão do abastecimento da cidade em três vertentes – pela nova estação e as duas já existentes, ETA Cubatão e Piraí – e a redução da pressão para alcançar toda a cidade. Outra iniciativa é a instalação de válvulas redutoras de pressão em locais que não precisam de tanta força para garantir o abastecimento.

Outro problema existente é o número de fraudes, que correspondem a 12% das perdas de água. Hoje, a Companhia retira 80 ligações clandestinas por mês em toda a cidade. Por último, 5% dos desperdícios são de submedição dos hidrômetros.

Quem tiver informações sobre vazamentos, falta de água ou outros problemas de abastecimento podem entrar em contato pelo telefone 115 ou pelo site da Águas de Joinville.

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Diretora-presidente da Águas de Joinville, Luana Siewert Pretto
Diretora-presidente da Águas de Joinville, Luana Siewert Pretto (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Substituição de rede auxilia na redução de perdas

A Águas de Joinville implantou um sistema em que consegue dividir a cidade em partes para atacar os problemas mais objetivamente. Atualmente, 34% da rede do município já está setorizada. Com isso, é possível medir quanto de água entra em cada área e o quanto sai através dos hidrômetros para as residências, viabilizando a avaliação de onde há mais perdas de água.

A diretora-presidente conta que foi possível visualizar, por meio desse sistema, que a região da Estrada da Ilha e Franceses tinha quase 60% de perda de água. A partir disso, foram investidos R$ 7 milhões para a substituição de 47 quilômetros de rede e ramais naquela região. Foram reduzidas as perdas de 1 mil litros/ligação por dia para 100 litros/ligação por dia.

— Essa é a ação mais radical que temos feito, mas se formos pensar que hoje temos 2,2 mil quilômetros de rede e conseguimos substituir 40 quilômetros por ano, a gente legaria 50 anos para substituir tudo. Por isso, temos que pensar em maneiras mais efetivas de reduzir as perdas — explica.

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São cerca de 100 vazamentos ocultos consertados por mês
São cerca de 100 vazamentos ocultos consertados por mês (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Centro de controle monitora vazamentos

Uma das maneiras de controlar os vazamentos é o centro de controle operacional da Águas de Joinville. Os profissionais conseguem acompanhar o quanto de água está saindo dos reservatórios durante a noite enquanto as pessoas dormem e o quanto deveria sair. Se a vazão é mais alta do que o normal pode ser um indício de algum vazamento oculto na região.

Três profissionais trabalham exclusivamente no monitoramento e localização desses vazamentos. Segundo Luana, o conserto de 100 vazamentos ocultos por mês já tem apresentado uma diferença grande na contenção das perdas.

— Nas últimas três semanas atacamos a região do Vila Nova e encontramos 51 vazamentos ocultos. Então, essa equipe noturna tem dado um resultado muito bom para a companhia — afirma.

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Além disso, a companhia monitora 2,7 mil hidrômetros de grande consumo de água em tempo real. Desta forma, a equipe consegue ter a informação de vazamentos de forma mais rápida para solucionar o problema e evitar maiores perdas.

A diretora-presidente também afirma que a média do tempo de reparo dos vazamentos também diminuiu de 24 horas para 11 horas desde 2016. Segundo ela, isso também evita desperdícios, já que um tempo maior para conserto significa mais água perdida.

NÚMEROS

PERDAS DE ÁGUA EM 2018 (por ligação diariamente)

Janeiro: 571 litros

Fevereiro: 567 litros

Março: 565 litros

Abril: 559 litros

Maio: 554 litros

Junho: 549 litros

Julho: 548 litros

Agosto: 546 litros

TEMPO MÉDIO DE CONSERTO DE VAZAMENTOS

11 horas e 39 minutos

VAZAMENTOS OCULTOS

100 consertos mensais de vazamentos não visíveis

VAZAMENTOS APARENTES

30 consertos diários

LIGAÇÕES CLANDESTINAS

80 ligações retiradas por mês