Até a última sexta-feira, quem chegava à unidade básica de saúde do Costa e Silva e de várias unidades de saúde de Joinville ainda tinha, relacionada ao número de seu cadastro no computador, uma pastinha de papel em meio a outras enfileiradas nas prateleiras de uma sala. Dentro dela, o prontuário médico com todas as informações do paciente, que seria entregue ao médico na hora da consulta. Nesta segunda-feira, a rede municipal de saúde deu início ao movimento de informatização e, portanto, unificação do sistema deste serviço público, com o Sistema Integrado de Gestão.
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Até então, não havia uniformidade no sistema de Joinville: algumas unidades utilizavam o e-SUS (que tinha conexão com outras unidades básicas com o mesmo sistema, mas não com os outros módulos da rede, como hospitais) enquanto outras, como a UBS do Costa e Silva, possuíam apenas o acesso à intranet, com os cadastros disponíveis em formato virtual apenas para a unidade e arquivos de prontuário de papel. O objetivo é que toda a rede esteja unificada até o fim do ano.
Neste mês, a implantação da ferramenta é somente na rede de atenção básica, contemplando as unidades de saúde da cidade. Entre setembro e outubro, as outras unidades da Secretaria de Saúde serão integradas ao sistema. Agora, pacientes como Joaquim Mendonça de Jesus, dois meses – que tinha a quarta consulta de sua vida sendo agendada pela mãe no fim da manhã de ontem na UBS do Costa e Silva – terão seus cadastros, com histórico, exames, diagnósticos e plano terapêutico — disponibilizados integralmente no Sistema Integrado de Gestão. Assim, se o bebê precisar de uma consulta em outra região da cidade, por exemplo, todas as informações já coletadas sobre ele poderão ser acessadas pelos profissionais da outra unidade de saúde, garantindo a segurança do diagnóstico e da prescrição de medicamentos.
Para o município, significa ainda a redução de custos: a ferramenta de gestão evitará repetição de processos, maior controle na retirada dos medicamentos e otimização do tempo de seus profissionais, entre outros benefícios.
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— Atualmente, um médico pede em média nove exames para cada paciente. Às vezes, acontecia de uma pessoa ir à consulta, realizar exames e, pouco tempo depois, ir ao Pronto-atendimento com um problema e passar pelos mesmos exames, porque o sistema de uma unidade não conversava com o das outras — conta o gerente de vigilância em saúde e presidente da comissão responsável pelo novo sistema, Mario Brucheimer.
A implantação de um sistema para unificar as informações dos usuários da rede municipal de saúde de Joinville ocorreu após uma licitação pela Amunesc, por meio do consórcio CIS Nordeste, com a contratação dos serviços da empresa Olostech. A utilização do software, com implementação e monitoramento da empresa, custará R$ 600 mil anuais à Prefeitura. Segundo Mario, ainda não é possível avaliar a economia que o Sistema Integrado de Gestão irá gerar à Prefeitura Municipal.
Ela poderá ser feita agora, a partir da comparação na utilização da verba para a saúde nos meses anteriores e no próximo semestre. Para Mario, o controle de gastos ocorrerá principalmente nos laudos já que, atualmente, entre 70 e 90 mil exames são feitos por mês no Laboratório Municipal, e até 100 mil em laboratório privado, com impressão dos resultados para análise do médico. Com o acesso digital a estas informações, será possível economizar na impressão e ainda otimizar o tempo do profissional de saúde.Na primeira manhã do sistema em operação, alguns ajustes na utilização do software atrasaram o atendimento em poucos minutos.
A Secretaria Municipal de Saúde avisa que, durante o mês de julho, é possível que sejam registradas demora na recepção das unidades básicas de saúde, por causa de eventuais problemas na transição, mas a situação logo será regularizada. No fim do mês, será iniciada a capacitação dos agentes de saúde, que atualizarão os cadastros no novo sistema durante as visitas às casas, como forma de adiantar este procedimento.
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