A segurança pública voltou à agenda de prioridades de Joinville. Uma série de assassinatos – pelo menos sete em uma semana, incluindo a história da jovem Mara Decker – e assaltos frequentes ao comércio mobilizou esta semana empresários, lojistas e líderes comunitários para reposicionar o assunto na pauta do dia.
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Duas das principais entidades empresariais da cidade – Associação Comercial e Industrial (Acij) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) – estão negociando com o comando da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública para que a cúpula do setor venha a Joinville o quanto antes para conversar sobre investimentos e ações contra a criminalidade.
A tentativa tem como base pedidos de comerciantes que trabalham no Centro e nos bairros e numa sensação de insegurança que sempre toma conta da comunidade quando há muitos crimes violentos em tão pouco tempo.
– Nossa loja já foi assaltada duas vezes este ano. O prejuízo é grande, mas o medo de levar um tiro é muito maior – diz Jorge dos Santos Coleraus, que é sócio de uma loja de variedades no Guanabara, uma das regiões que mais têm enfrentado o problema.
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Para o presidente da CDL, Carlos Grendene, é o momento de buscar o respaldo da capital, especialmente em um momento de mudanças no comando.
– Já entramos em contato com os representantes aqui em Joinville. Agora, temos de exigir mais segurança do governo do Estado – ressaltou Grendene.
A ideia é trazer a Joinville o novo comandante da PM, o coronel Valdemir Cabral, e integrantes da secretaria de Segurança Pública.
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Esta semana, logo após assumir o comando, o coronel falou exatamente da sensação de insegurança e disse que quer o policiamento ainda mais ostensivo.
Entidades cobram aumento do efetivo
– Vou conversar com todos os comandantes e vamos tentar modificar umas posturas, o policiamento ostensivo. Eu vou pedir maior ostensividade, que as pessoas consigam visualizar viaturas e policiamento a pé, com motos, bicicletas. A gente sente um pouco essa carência. A maior necessidade da população é a sensação de segurança, em ver o policial – afirmou o comandante da PM.
Três das reivindicações das entidades joinvilenses são o aumento do efetivo da PM e da Polícia Civil, a instalação de novas delegacias e a vigilância com equipamentos eletrônicos (câmeras espalhadas pelos bairros). Os efetivos das duas corporações não têm crescido nas últimas décadas, enquanto a população e os índices de criminalidade aumentaram. A promessa de novas delegacias e de câmeras tem sido debatida nos últimos anos, mas ainda não se concretizou.
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– Uma das medidas possíveis é reduzir o tempo de formação de um soldado, que hoje é de oito meses, praticamente uma gestação – observou o comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, coronel Adilson Moreira. Cabe a ele liderar o diálogo entre a cúpula da PM e as entidades da cidade.
O secretário em exercício da Secretaria de Segurança Pública, coronel Fernando Rodrigues de Menezes, deve se manifestar oficialmente nesta quarta-feira sobre o pedido dos empresários joinvilenses.