Um grupo de amigos resolveu tornar possível o reencontro de uma família separada há quatro anos e iniciou uma campanha para unir novamente David Cesar, um refugiado haitiano e morador de Joinville, à mulher e suas três filhas. Ele veio para o Brasil em busca de uma vida melhor depois do terremoto que atingiu o país caribenho e, desde então, envia parte da renda para sustentar a família que ficou em Jacmel, a 27 km de Porto Príncipe. Agora, com a solidariedade dos joinvilenses o sonho de rever as quatro mulheres de sua vida está mais próximo.
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Frentista há quase três anos no Posto XV, da Rua XV de Novembro, ele conquistou o carinho de clientes e colegas de trabalho e sensibilizou um grupo de pessoas dispostas a ajudar. Desde o dia 3 de outubro uma campanha de arrecadação foi iniciada no posto de combustíveis para reunir recursos e comprar as passagens para trazer a família dele ao Brasil.
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De acordo com o gerente do Posto XV, João Masiero Luz, a ideia é arrecadar em torno de R$ 16 mil a R$ 20 mil, valor de cotação dos bilhetes aéreos, por meio de doações espontâneas ou com a venda de garrafas de água no valor de R$ 3 cada. As bebidas foram doadas pelo dono do estabelecimento com o intuito de multiplicar os recursos e atingir a meta, além de proporcionar saciedade a quem tem sede.
— Com essa campanha e a vontade que a comunidade tem em ajudar estamos nos dando conta da importância que esse ato tem. Isso está nos motivando e vamos permanecer com a arrecadação por tempo indeterminado até atingir o objetivo desse reencontro — Confia João.
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A venda das garrafas de água e as doações voluntárias ocorrem em pontos de coleta no próprio posto e, em um mês, cerca de 17% do valor foi alcançado. O grupo também acompanha a situação da regularização delas no país e destaca que a titulação de refugiadas já está formalizada.
Com um sorriso de ponta a ponta entre um atendimento e outro, David acredita que o reencontro está próximo e agradece cada gesto de solidariedade que tem recebido. Segundo ele, a esposa Destine e as filhas Rose, de 16 anos, Stephanie, de 10, e Shamma, 8, também não escondem a ansiedade de reunir a família novamente. Hoje o contato acontece somente por redes sociais.
— Estamos muito mais que ansiosos porque são mais de quatro anos sem se ver, não são quatro dias ou quatro meses — recorda o confiante David.
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