Steve Jobs adiou por nove meses uma cirurgia após descobrir, em outubro de 2003, um tumor neuroendócrino – um tipo relativamente raro de câncer pancreático que não evolui tão rápido e, portanto, é mais fácil de tratar. O cofundador da Apple preferiu tentar combater a doença por meio de dietas vegetarianas, acupuntura, remédios à base de ervas e outros tratamentos que ele buscou na internet, além de consultar um vidente. Ele também foi influenciado por um médico que dirigia uma clínica que aconselhava jejuns de sucos, limpezas intestinais e outras abordagens com resultados não comprovados até finalmente ser operado em julho de 2004.
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As revelações estão na biografia Steve Jobs, de Walter Isaacson, que terá lançamento mundial na segunda-feira.
– Eu realmente não queria que eles (médicos) abrissem meu corpo, então procurei saber se outras alternativas poderiam funcionar – escreve o autor do livro, citando o cofundador da Apple.
Isaacson disse que sentiu em Jobs uma ponta de arrependimento por causa dessa decisão. A revista Fortune divulgou em 2008 que Jobs buscava tratamentos alternativos porque ele suspeitava da medicina tradicional. Após longa batalha contra o câncer, Steve Jobs morreu no último dia 5, aos 56 anos.
O livro também revela as relações de Jobs com Eric Schmidt, ex-CEO do Google e membro do conselho de administração da Apple de 2006 a 2009. Schmidt deixou o conselho da Apple no momento em que a empresa e o Google disputavam de igual para igual o mercado de smartphones: a Apple com o iPhone e o Google com o software Android.
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Isaacson escreve que Jobs estava furioso em janeiro de 2010 quando a HTC lançou um celular com Android que contava com muitos dos recursos populares do iPhone.
– Se for preciso, eu vou gastar o meu último suspiro, gastar cada centavo dos US$ 40 bilhões que a Apple possui em banco, para consertar esse erro – disse Jobs.
– Eu vou destruir o Android porque é um produto roubado. Estou disposto a uma guerra termonuclear por isso.
Sobre o nome da companhia, Jobs explicou que surgiu de “uma das minhas dietas com frutas”. Ele disse que havia voltado de uma fazenda de maças e achou o nome “engraçado, animado e que não intimidava”. O livro afirma que os Beatles era uma das bandas preferidas de Jobs e que um dos desejos dele era contar com a banda no iTunes. As músicas dos Beatles passaram a ser vendidas no iTunes no fim de 2010.
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A experiência do cofundador da Apple com LSD e em outros aspectos da contracultura dos anos 1960 estão bem documentados. No livro, Jobs diz que o LSD “reforçou minha sensação do que era importante: criar grandes coisas em vez de fazer dinheiro, colocar as coisas no curso da história e da consciência humana tanto quanto eu pudesse”.
O livro afirma ainda que Jobs nunca foi um CEO típico. O primeiro presidente da Apple, Mike Scott, foi contratado principalmente para gerenciar Jobs, então com 22 anos. Um das primeiras metas de Scott era fazer Jobs tomar banho com mais frequência, o que não aconteceu, de acordo com a biografia. As informações são da Associated Press.
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