Pouco mudou em relação à lista de espera para exames, cirurgias e consultas com especialistas de 2014 para 2015 em Jaraguá do Sul. Levantamento mostra que, na semana passada, havia 13.590 consultas represadas em 32 especialidades, enquanto 15.014 pacientes aguardam por exames ou cirurgias eletivas. A maior dificuldade, de acordo com a Secretaria de Saúde, é a contratação de médicos e clínicas interessados em realizar os procedimentos.
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A diretora de média e alta complexidade, Cristiane Willi, afirma que há editais para todas as modalidades, mas não há interessados no serviço. A dificuldade, explica, não é exclusiva de Jaraguá do Sul.
O tempo de espera para realizar um exame de ecografia, por exemplo, pode chegar a dois anos em Jaraguá do Sul. Atualmente, há 7.788 pessoas que dependem dele para diagnosticar possíveis problemas de saúde. Segundo Cristiane, foi realizado um mutirão no ano passado. A fila era de 10 mil pacientes. Para exame de angiologia (varizes), são 786 pessoas na fila de espera. Já para a densitometria, são 607 pacientes e a fila demora cerca de cinco meses.
Outro problema é que o município está sem fisioterapia. Cristiane explica que a clínica que prestava o serviço não renovou o contrato e nenhum outro candidato apareceu. Hoje, são 761 pessoas que necessitam deste serviço.
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– Atualmente, não oferecemos o pagamento seguindo a tabela do Sistema Único de Saúde, pois nenhuma clínica aceita participar do edital. Aumentamos o preço para concorrer com o mercado -explica.
>>> Relembra a situação das filas em 2014
As filas também se estendem para as cirurgias de média complexidade: são 2.221 pacientes. A maior fatia é nas cirurgias ginecológicas, com 614 mulheres; depois, ortopédicas, com 396 casos. Na fila para a alta complexidade, são 463 pessoas.
Tanto para exames quanto para consultas com especialistas há editais em aberto para compra dos serviços. Em relação aos médicos, a maior demanda é para angiologistas (2.873) e de oftalmologistas (2.554).
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– Temos três oftalmologistas e estamos contratando o quarto, sem falar no edital para realizar exames terceirizados. Quem precisa de cardiologista é encaminhado para Penha ou Curitiba.
O secretário de Saúde, Ademar Possamai, afirma que a prioridade é encontrar clínicas interessadas. E ressalta que, apesar dos números, a Secretaria de Saúde trabalha diariamente para reduzir as filas.
Mais investimentos em consórcios
Em Guaramirim, são 1.205 pessoas na lista de espera para consultas que irão constatar a necessidade de cirurgias. O número inclui diferentes especialidades médicas. Além disso, ao menos 882 pessoas aguardam por exames de imagens, sendo a maioria da fila por exame de gastroduodenoscopia (506). As informações foram passadas pelo secretário de Saúde da cidade, Jair Tomelin.
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– Meu sonho é chegar ao fim deste ano com essa demanda reprimida praticamente esgotada – afirma ele.
Para isso, Tomelin conta com o aumento do orçamento para o Cisnordeste, consórcio intermunicipal que reúne 26 municípios do Norte catarinense, por meio de quatro associações, entre elas, a Associação de Municípios do Vale do Itapocu (Amvali).
No ano passado, Guaramirim destinou cerca de R$ 18 mil mensais para a compra de procedimentos pelo consórcio. Neste ano, o valor dobrou, chegando aos R$ 36 mil por mês.
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Além disso, a reabertura do centro cirúrgico do Hospital Santo Antônio, prevista para ocorrer ainda em fevereiro, deve ser um instrumento para redução da espera.
Desde novembro a guardando a cirurgia
Um acidente de moto mudou a vida de Eliana da Silva Leite, 45 anos. Em 2012, um carro fechou a frente de Eliana e ela colidiu na traseira de outro automóvel.
Na batida, fraturou duas vértebras, ficou dois meses de cama e teve que usar um colete para calcificar os ossos.
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Após um ano, Eliana começou a sentir as consequências. Passou a ter formigamento nas pernas e aos poucos foi perdendo o controle sobre elas.
Hoje, tarefas simples, como tomar banho, por exemplo, se tornaram complicadas. Eliana não caminha sem apoio e passa a maior parte do tempo em repouso.
Segundo Eliana, Guaramirim não oferece os recursos para seu tratamento, por isso foi encaminhada para Jaraguá do Sul. Na consulta, em agosto do ano passado, foi constatado que a cirurgia devia ter sido feita na época do acidente.
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– Estou buscando a cirurgia desde novembro do ano passado, quando descobri que já devia ter sido realizada.