Apesar de conhecer a realidade dos filhos, vítimas do alcoolismo, a aposentada Maurina Nascimento ainda parece não acreditar no que aconteceu. Durante o velório dos filhos Gilmar Luiz Nascimento e Jairo Nascimento, nesta terça-feira, a mãe de 80 anos conta que convivia com medo de que algo acontecesse com eles.
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– Fiquei com o coração apertado quando eles não voltaram para o almoço -, conta o que sentiu Maurina, antes de saber que os dois foram encontrados, junto com Orosnildo Fagundes de Oliveira, 60 anos, e João Maria Alves dos Santos, de 66 anos, em um terreno baldio do bairro Jardim Paraíso, zona Norte de Joinville.
Os quatro homens morreram intoxicados e a polícia apura se foi morte acidental ou proposital.
Mesmo assim, Maurina não acredita que alguém possa ter provocado a morte dos irmãos.
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– Eles não tinham inimizades no bairro -, diz.
O velório ocorre na igreja São Domingos Sávio, no Jardim Paraíso, e o enterro está marcado para às 16h30 no Cemitério do Cubatão.
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MISTÉRIO
Um terreno baldio, encoberto por mato, entulhos de construção e garrafas de bebida, é o cenário de quatro mortes que chocaram o bairro Jardim Paraíso e intrigam a polícia.
Socorristas do Samu e a tripulação do helicóptero Águia da Polícia Militar foram chamados às pressas, em tentativas de reanimação, mas não puderam salvar as vítimas, que estavam intoxicadas. Ninguém na região teve condições de indicar aos socorristas o que aconteceu. Cerca de uma hora antes do registro da ocorrência, o grupo havia sido visto bebendo no mesmo terreno, aparentemente sem problemas.
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Tomar cachaça debaixo de uma árvore, deitados em colchões, era um costume dos amigos. Tanto que a moradora de uma casa próxima ao terreno, Lourdes Monteiro, 28 anos, só desconfiou que algo estava errado quando viu os quatro deitados debaixo do sol forte sem proteção.
Viaturas policiais, ambulâncias e carros do Instituto-geral de Perícias concentraram as atenções no bairro. Mas ninguém parecia acreditar que o consumo de bebida, ainda que em excesso, pudesse ter um final tão trágico.
Como não havia qualquer sinal de violência contra as vítimas, as suspeitas de intoxicação acidental ou proposital ganharam força nas rodas de conversa e passaram também a ser consideradas na investigação do caso. Mas só provas concretas, como laudos periciais, poderão esclarecer o mistério.
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