Cinco pessoas investigadas pela Operação Blackmail (chantagem, em inglês), e presas preventivamente no dia 8 de novembro, serão ouvidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nesta quinta-feira, a partir das 9h30.

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São elas: o ex-vereador Juarez Pereira (Solidariedade), o fiscal da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Júlio César da Silva, a filha dele, Ana Carolina de Medeiros, a irmã de Júlio, Elaine Cristina da Silva, e o namorado da filha, Maurício de Lima Lopes. Desde a semana passada, dezenas de testemunhas estão sendo ouvidas, entre elas fiscais e comerciantes.

Os presos que vão prestar depoimento nesta quinta-feira fazem parte do núcleo 1 de investigação, que trata de suposto envolvimento na formação de organização criminosa para recebimento de vantagens indevidas. Estas vantagens aconteceriam a partir da indicação de serviços profissionais para regularizar infrações administrativas, e que eram identificadas por atuação do fiscal.

A data de depoimento dos integrantes do núcleo 2, do qual faz parte o vereador João Carlos Gonçalves (PMDB), ainda não havia sido confirmada até a tarde desta quarta-feira, mas pode ocorrer ainda nesta quinta ou sexta-feira.

A acusação sobre este núcleo é de crime de corrupção passiva e pagamento de vantagem indevida a fim de privilegiar interesses junto à administração pública municipal.

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Neste núcleo, o vereador é o único preso preventivamente. Ele está na Penitenciária Industrial de Joinville (isolado de outros internos), diferentemente dos demais investigados presos, que estão em celas comuns no Presídio Regional de Joinville.

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O juiz da 2ª Vara Criminal, Gustavo Henrique Aracheski, negou os pedidos de revogação de prisão de João Carlos Gonçalves, Juarez Pereira e Elaine Cristina. Dos sete presos no dia 8 deste mês, somente o que estava detido em São Paulo foi solto, na última segunda-feira.

O advogado de Gonçalves, Aldano José Vieira Neto, classificou a prisão como “medida extremada” porque, segundo ele, a investigação em curso não diz respeito a crime de alta periculosidade, não há riscos e as diligências estão sendo feitas com sucesso.

O advogado de Elaine, Francisco de Assis Luciano, também questiona a decisão, alegando que a cliente tem filha menor de 12 anos, o que lhe daria amparo legal para liberação.

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A investigação teve início para identificar se houve crime de corrupção praticado pelo fiscal Júlio e, a partir daí, se chegou aos demais citados na Blackmail. De acordo com a investigação, e que embasa a decisão de prisão preventiva, o fiscal indicava para a pessoa que estava sob fiscalização os serviços de contabilidade prestados por sua filha ou por sua irmã para regularização. Já o vereador foi identificado como um dos interlocutores do fiscal e estaria recebendo dinheiro de empresários.