Apesar dos números ruins da economia e das dificuldades encontradas no Congresso, estamos passando por um período em que os investidores estão mais otimistas com relação ao futuro da economia nacional. Em abril, a bolsa brasileira surpreendeu positivamente. Seu principal índice, o Ibovespa, valorizou 10%, na contramão do mercado. O dólar comercial recuou 5,7%, mas, apesar da queda, continua com a melhor rentabilidade no ano, de 13,10%.
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A alta da bolsa e a queda do dólar foram impulsionadas pela forte entrada da moeda americana pelos investidores estrangeiros, atualmente os que mais negociam na bolsa brasileira, com uma fatia de 51% do volume.
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O maior apetite do investidor estrangeiro em aplicar no Brasil foi motivado pelo adiamento da alta de juros pelo governo americano, a forte valorização do dólar frente o real – o que deixou as ações mais baratas – e a percepção de melhora no cenário político e econômico, com as medidas anunciadas pelo ministro Joaquim Levy.
A continuidade de alta da bolsa vai depender muito da aprovação das medidas de ajuste fiscal para impulsionar a economia e da entrada de recursos dos investidores estrangeiros. Neste ponto, pesa a favor da bolsa a elevada liquidez global de recursos.
O afastamento momentâneo do risco de racionamento de energia e a divulgação do balanço da Petrobras, apesar do prejuízo bilionário, também trouxeram um certo alívio, mas ainda existe um longo caminho para atingir uma recuperação consistente e diversos riscos continuam rondando. Entre eles, podemos destacar a preocupação do preço das commodities, controle da inflação e da taxa de desemprego e o crescimento do produto interno bruto (PIB).
No momento, a presidente Dilma está delegando as ações da política e economia. Por mais estranho que pareça, este é um cenário melhor que o imaginado no começo do novo mandato.
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Muito se questionava quanto Dilma continuaria interferindo na política econômica, mas o que se vê é uma presidente que parece ter compreendido que o melhor é cooperar com o ministro da Fazenda. Assim, ela não corre o risco de ser lembrada como a presidente responsável pelo colapso na economia, algo que demandou muito esforço e tempo para se estabilizar.