Uma das principais ligações sobre o rio Itajaí-Açu em Blumenau, com fluxo diário de 19,4 mil veículos segundo a Secretaria de Planejamento, a Ponte Adolfo Konder se transformou no grande assunto da semana entre motoristas que trafegam pela cidade. A travessia que une os bairros Centro e Ponta Aguda precisou ser interditada na sexta e no sábado da semana passada por causa de um buraco que se abriu na cabeceira. Uma equipe da prefeitura trabalhou na colocação de pedras no espaço vazio encontrado na base do acesso à ponte e, na tarde deste sábado, deve concluir o conserto com o asfaltamento do local.
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Segundo informações do secretário de Serviços Urbanos, Rafael Jansen, o buraco da última semana foi aberto por uma infiltração que teria levado parte do material que dava sustentação à cabeceira. A situação não afeta a parte estrutural da ponte, mas causou transtornos durante os horários de interdição do fluxo de veículos. A explicação para a origem do problema na travessia que desde 1957 faz parte do sistema viário da cidade passa pelas obras de contenção da margem esquerda, executadas desde agosto de 2012.
O engenheiro civil e diretor técnico da Secretaria de Obras, Carlos César Leite, afirma que quando houve retirada de terra no trecho próximo à ponte, o material que dava sustentação ao acesso à ponte teria descido, “descalçando” o aterro da cabeceira. Isso causou uma espécie de trinca no asfalto que serviu para infiltração de água da chuva. A empresa responsável pela obra teria sido acionada diversas vezes para consertar a abertura na pista, mas, como o conserto teria demorado, pouco a pouco a água ajudou a formar um vazio embaixo da cabeceira.
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– Pode ser que na época que escavamos no pé do talude para tirar o material mais fino tenha descalçado a cabeceira. Não dá para dizer que foi por isso que o problema ocorreu, mas que teve influência, teve – reconhece.
Solução pode não ser definitiva
O conserto iniciado ainda na sexta-feira e que será finalizado neste sábado envolveu a colocação de 30 metros cúbicos de pedra rachão e de uma espécie de manta chamada geotêxtil para evitar que o material fino se perca entre as pedras grossas que dão sustentação ao trecho.
No entanto, o serviço pode não ser suficiente para resolver de vez o problema sob a cabeceira. Segundo o diretor da Secretaria de Obras, é possível que outra parte do acesso à ponte que não foi verificada na obra emergencial desta semana ainda tenha ficado oca, o que poderia resultar em buracos futuros.
– Se isso acontecer, (os buracos) podem aparecer daqui a um mês ou dois anos. Não compensa agora a prefeitura abrir um trecho de oito metros, tirar todo o material, é obra para uma semana. Eu acredito que não vai haver mais problema, mas se houver, vamos ter que fazer.
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A reportagem do Santa tentou contato com a empresa Construvias, que executou a obra de contenção da margem esquerda e teria sido acionada para corrigir a fissura no asfalto, mas uma mensagem informava como inexistentes os telefones divulgados no site da companhia.
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Obra da margem esquerda aguarda apenas ajustes finais
A obra de contenção na margem esquerda do rio Itajaí-Açu, no trecho entre a Prainha e a Ponte de Ferro, está praticamente concluída, segundo a Secretaria de Obras. A única pendência seria um levantamento para verificar se todo o trecho está plano até a chamada cota 10 do rio. Uma máquina ainda está no local à espera desse levantamento para o caso de ser necessário mais algum serviço nessa fase final. A expectativa é de que até o final de julho esta última etapa seja concluída.
Presidente da Associação de Moradores da Margem Esquerda, Milorad Boskovic confirma que a obra estabilizou os deslizamentos na encosta e que o resultado dos trabalhos está satisfazendo os moradores da região da Ponta Aguda.
– A contenção mostrou que realmente é eficiente ao que se destina e que não vai provocar danos. Uma vegetação nativa já está se recompondo de forma espontânea entre as pedras, contrariando as expectativas de algumas entidades que alegavam que o local ficaria muito árido – defende.
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