A Ceusa, fabricante de revestimentos cerâmicos de Ururssanga, no Sul do Estado, passou a economizar 154 mil litros de água por mês com mudanças no processo de produção. Tudo começou no final de 2015. A equipe de produção percebeu que o revestimento fabricado pela indústria acabava molhando as caixas de papelão em que era armazenado antes da distribuição.
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Santa Catarina é líder nacional no ranking de produção de cerâmica
Isso ocorria porque, no processo de produção, as peças de revestimento absorviam água. De 13% a 16% do peso de cada item acabava sendo composto por água.
Para que as embalagens não ficassem molhadas, era preciso que as peças de cerâmica passassem por uma secadora, o que gerava um enorme gasto de gás.
A empresa começou, então, um processo de pesquisa e análises. A equipe buscou no mercado um produto que, em contato com a água, impedisse que as peças de revestimento absorvessem o líquido. Foram realizados testes até chegar ao produto mais adequado.
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Após um projeto piloto bem-sucedido, o novo processo passou a ser aplicado em escala industrial. Para se ter uma ideia da diferença, com o investimento, os revestimentos passaram a ter apenas 0,3% do peso composto por água. Como resultado, além de reduzir o consumo de líquido, já não era necessário gastar com o gás para a secagem das peças.
Além do ganho ambiental, a economia total por mês, que inclui gastos com gás, água e equipamentos, gira em torno de R$ 30,5 mil. A empresa também foi reconhecida pelo Prêmio Fritz Müller, em 2015.
— Pelo menos desde a década de 1990 nossa empresa tem uma preocupação com a responsabilidade ambiental, e essa melhoria de processo está nesse contexto — afirma André Batti, coordenador técnico da Ceusa.
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Metalúrgica de Brusque reduz produção de resíduos
Em 2013, a Zen, metalúrgica de Brusque, precisava reduzir resíduos para atender determinações do licenciamento ambiental da operação. Ao mesmo tempo, tinha a preocupação de conter gastos.
Para dar conta dessa missão, a empresa contratou especialistas e treinou as equipes. A metodologia adotada foi a Produção Mais Limpa, reconhecida pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). O objetivo é aumentar a eficiência na utilização de matérias-primas e recursos naturais e, paralelamente, minimizar ou reciclar resíduos.
— A gente tentou unir duas frentes bem importantes: demanda ambiental, que faz parte dos nossos valores, mas tentando obter economia. A base do projeto são os conhecidos 4Rs: reutilizar, reciclar, reduzir e recuperar — explica Eduardo Bertolini, diretor da empresa.
Em dois anos, houve redução de 28% na produção de resíduos contaminantes, 31% no consumo de água e até redução de uso de luvas, que caiu 34%, o que representa cerca de 90 mil pares de luvas no período. O projeto ganhou o 22o Prêmio Expressão de Ecologia.
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— Os investimentos que fizemos nesse projeto são insignificantes diante do ganho que conseguimos — diz Bertolini.
Para incentivar e motivar os 880 funcionários, a companhia passou a estabelecer metas de redução em todos os setores, que foram vinculadas ao bônus que eles recebem. Além de cuidar dos processos internos, a empresa faz atividades externas com a comunidade voltadas para o meio ambiente, como a comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente e o Dia da água.
— Essas ações são importantes para nós porque precisamos estar em harmonia com a comunidade em que estamos inseridos. Além disso, nossos clientes de hoje em dia observam a questão da sustentabilidade com lupa.