Em torno de 100 pessoas se reuniram nesta quarta-feira, 6, em Imbituba, embaixo da árvore onde há uma semana o menino Vitor Pinto, dois anos, foi assassinado enquanto era amamentado no colo da mãe. Com pedaços de pano vermelhos amarrados no pescoço, o grupo usou faixas e cartazes e jogou tinta sobre o cimento da calçada da rodoviária do município, para lembrar o sangue do garoto derramado no local.
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As fitas vermelhas no pescoço são uma referência ao golpe desferido pelo assassino com um estilete ao degolar a criança sem motivo algum. Também foram colocadas velas brancas no local. Um padre da Igreja Católica conduziu o ato, que foi seguido de algumas falas dos participantes.
— Nos últimos tempos, têm ficado muito embrutecida a relação com os indígenas, com várias várias ameaças e diferentes formas de violência — disse a cacique Eunice Antunes, da aldeia do Morro dos Cavalos.
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Maior parte dos manifestantes são Guaranis da Aldeia do Morro dos Cavalos, mas outras pessoas da cidade se juntaram ao protesto. À 1h30 da tarde, também nesta quarta-feira, ocorrerá outra manifestação dos caingangues, a etnia da família de Vitor, no centro da cidade de Chapecó. Será feito um ato em homenagem ao menino e em protesto à violência contra os indígenas.
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Depois da cacique falou Marina de Oliveira, do Conselho Indigenista missionário. Ela fez um convite para que o protesto seguisse até a frente da delegacia de polícia Civil de Imbituba. Por volta das 13h, os indígenas seguiam concentrados em frente ao local.
Eles exigem que a polícia consiga dar uma resposta sobre o que levou o jovem a assassinar a criança. O suspeito do crime, de 23 anos, teria confessado ser o autor do assassinato, mas não revelou o que o teria levado a praticar o ato. Ele está preso desde a tarde do dia primeiro.
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