O trabalho do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina tem aumentado nos últimos dias. Somente nesta segunda-feira pelo menos 18 cidades de todas as regiões catarinenses registraram incêndios florestais, em vegetação ou terrenos baldios.
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Em Balneário Barra do Sul, no Norte, o fogo começou por volta das 14h de domingo e seguiu sendo combatido pelos Bombeiros Voluntários nesta segunda-feira. Além de 20 homens em terra, o helicóptero Arcanjo também auxilia em uma área equivalente a 80 campos de futebol. A previsão é de que o fogo continue por mais dois dias.
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Na Guarda do Embaú, em Palhoça, as chamas na vegetação começaram por volta do meio-dia. Segundo o pedreiro Sebastião Rodrigues, que trabalha próximo ao local, o fogo começou na vegetação que costeia a SC-433 e se espalhou rapidamente pelo mato.
Bombeiros e policiais militares também foram chamados para controlar chamas em vegetação em Lages, na Serra; em Chapecó e Curitibanos, no Oeste; em Criciúma, Araranguá, Içara, Pescaria Brava e Tubarão, no Sul; em Nova Trento, Palhoça, São José e Florianópolis, na Grande Florianópolis; e em Blumenau e Agrolândia, no Vale do Itajaí. No Litoral Norte, além de Balneário Barra do Sul, chamas atingiram Navegantes e Barra Velha.
::: Confira a entrevista com o Major Elton de Souza, Sub-comandante do 1º Batalhão de Bombeiros Militar de Florianópolis:
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Diário Catarinense: Na última semana tivemos registros de ao menos três incêndios em vegetação (Joaquina, Barra do Sul, Maciambu). É comum este tipo de ocorrência nesta época?
Major: Neste período de pré-verão, a vegetação acaba ficando mais ressecada, é um período com muito sol e pouca chuva, e qualquer pequeno foco pode se tornar um incêndio de grandes proporções. É difícil precisar o início, pode existir ação humana, ou o próprio processo de ignição natural da vegetação pode causar o fogo.
DC: Existe uma dificuldade dos Bombeiros em combater o incêndio nestes casos?
Major: Em incêndio florestais a dificuldade de locomoção é grande, geralmente este tipo de fogo se alastra muito rápido, nem sempre o uso do helicóptero é viável, em muitos casos fazemos a contenção para evitar que o fogo se propague além de determinada região.
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DC: Um helicóptero é suficiente?
Major: No caso do incêndio da região do Maciambu estamos com o apoio do helicóptero da Polícia Militar. Naturalmente que se tivéssemos outros seria melhor, mas teriam que ser distribuídos em todas as regiões do estado. Dependendo do tipo de incêndio, se a vegetação é muito rasteira, jogar a água do reservatório não é viável. Se a região está perto de área residencial também não podemos utilizar, pois existe o risco de rompimento dos cabos com a água.
DC: É possível evitar este tipo de incêndio?
Major: Quando é uma ação da natureza não é possível, mas a gente pede que população que vive próxima de regiões com muita vegetação que evite fazer limpeza de terreno com fogo, que não utilize cigarros, uma simples bituca pode se tornar um fogo, e também não depositem objetos metálicos que refletem o sol, e também podem causar fogo.