A inadimplência do consumidor em Florianópolis caiu 1,4% no acumulado do ano, de janeiro a julho, de acordo com dados da Boa Vista do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).

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A cidade ficou no pequeno grupo de seis capitais que tiveram queda do índice no período, apresentando a terceira maior retração. No Brasil, o não pagamento de dívidas aumentou 1,5% nos sete primeiros meses de 2016. Na comparação entre julho deste ano e o mesmo mês de 2015 houve queda de 2% na Capital, e na avaliação mensal (julho em relação a junho) a retração foi de 0,4% .

Apesar da queda, Florianópolis segue como a cidade catarinense com o maior percentual de famílias com contas em atraso (25,3%). Em seguida vem Joinville (18%) e Itajaí (17,4%). No Estado, 18,4% das famílias estavam inadimplentes no mês passado segundo dados da Fecomércio-SC. (Veja gráfico ao final da matéria)

A redução na inadimplência de Florianópolis surpreende, já que a cidade concentra no ano mais da metade dos postos de trabalho que deixaram de existir no Estado. Já se foram 7,4 mil vagas entre janeiro e julho, mais de três vezes a quantidade de empregos perdidos em todo o ano de 2015 na Capital.

Capital acumula perda de 7,4 mil empregos no ano, três vezes mais que o total registrado em 2015

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A redução na inadimplência de Florianópolis surpreende, já que a cidade concentra mais da metade dos postos de trabalho que deixaram de existir no Estado. Já se foram 7,4 mil vagas de emprego neste ano, entre janeiro e julho, mais de três vezes a quantidade de empregos perdidos em todo o ano de 2015 na Capital. O economista da Boa Vista SCPC Yan Cattano explica por que o aumento de desemprego não implica necessariamente em aumento de inadimplência:

– Ele (desemprego) pode ser considerado uma das causas da inadimplência, mas não é a única. Além disso, os dados citados (de perda de postos de trabalho) referem-se ao Caged, que mede somente mão de obra formal. Se o trabalhador migrar de uma categoria formal para outra informal, ele ainda vai ter renda e vai poder pagar contas, por exemplo – diz o economista.

Mais da metade das famílias inadimplentes em SC diz não ter como pagar contas

Há ainda outros fatores que podem influenciar nessa queda de inadimplência em um ano difícil. Como a Capital concentra muitos funcionários públicos, mesmo que alguém perca o emprego na família, ainda pode ter alguma outra fonte de renda garantida. Outra explicação é que as rescisões também podem ser direcionadas para quitar débitos.

Cenário nacional é de acomodação

De acordo com o Serasa Experian, os últimos dados de inadimplência mostram sinais de estabilidade no número de devedores. Em junho, 59,6 milhões de brasileiros estavam com dívidas, superior aos 59,4 milhões apurados em maio, mas abaixo dos dois levantamentos anteriores, em abril (60,7 milhões) e março (60 milhões). O volume dívidas atrasadas verificadas em junho somavam R$ 264,4 bilhões.

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