Nove agentes penitenciários do Presídio Regional de Joinville declararam, por meio de carta enviada ao juiz corregedor, João Marcos Buch, que voltarão a receber presos na unidade a partir desta sexta-feira.

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A iniciativa partiu dos próprios agentes após o juiz determinar às secretarias de Justiça e Cidadania e Segurança Pública que tomem providências num prazo de 48 horas, já que vários presos estão aguardando vaga em condições precárias na Central de Polícia.

O prazo termina na tarde de sexta, mas cabe ao Estado determinar uma solução. Até o final da tarde de quarta-feira, já havia 16 pessoas detidas na delegacia em celas pequenas onde há espaço para oito, sem ventilação e sem banheiros adequados.

O delegado coordenador da Central, Isaias Cordeiro, chegou a solicitar à OAB que impetrasse um pedido de soltura dos presos, por considerar a situação uma violação aos direitos humanos. Porém, o pedido foi negado pela Justiça que, por sua vez, considerou que não há constrangimento na prisão.

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Assembleia discute situação nesta quinta-feira

Um dos líderes do movimento grevista de Joinville, Ismael Budal Arins, desconsiderou a carta enviada por nove agentes ao juiz e voltou a afirmar que os servidores não receberão os presos até que o Estado atenda às reivindicações da categoria. Uma assembleia marcada para as 14 horas desta quinta-feira, em Florianópolis, pode definir os rumos da greve.

Desde o dia 17, quando os agentes de Joinville aderiram ao movimento estadual, a escolta de presos não está sendo realizada – a não ser em situação de problemas de saúde -, os advogados não estão tendo acesso aos presos, e a unidade não está recebendo novos detentos.

Na última sexta-feira, a Central de Polícia, onde ocorrem os flagrantes, ficou superlotada e apenas no sábado os agentes receberam uma demanda de detidos. De domingo até quarta, os detidos que chegaram à delegacia tiveram de permanecer ali mesmo.

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Os serviços de vigilância, o banho de sol dos presos e a visita de familiares estão sendo mantidos pelos agentes durante o período de greve. A categoria reivindica o pagamento da data-base prometido para janeiro, a reposição de perdas salariais, melhorias nos equipamentos de segurança pessoal e aumento do efetivo.

– Nós estamos arriscando nossas vidas por falta de agentes na unidade -, desabafou Ismael.