A juíza Karen Reimer, responsável pela decisão de levar Leandro Emílio Soares a júri popular, considerou que há provas suficientes contra o acusado de matar a jovem Mara Tayana Decker em Joinville.
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A expectativa é de que o julgamento seja agendado para o fim de novembro ou começo de dezembro. A Defensoria Pública, que representa Leandro na ação porque ele não contratou um advogado, tem cinco dias para decidir se apela ou não contra a decisão.
Confira entrevista com a juíza:
Reportagem – Alguma mudança no depoimento dele?
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Karen Reimer – Ele manteve basicamente a mesma versão que já tinha apresentado ao delegado.
Reportagem – Quais critérios foram levados em consideração para levá-lo a júri?
Karen – Foi considerado que há provas suficientes de que houve um crime contra a vida, um homicídio, e que existem indícios de que ele foi o autor deste homicídio. Então, todos os outros argumentos e crimes vão ser analisados pelo júri, junto com o homicídio.
Reportagem – Nenhuma testemunha o defendeu?
Karen – Houve testemunhas de denúncia que falaram sobre o caráter anterior dele, de como ele era, o tipo de pessoa que ele era. Foram ouvidas três testemunhas de defesa.
AN – O que ocorre agora?
Karen – Agora, ele tem um prazo para recorrer dessa decisão. Se ele não recorrer, o próximo passo é ver se as partes desejam que seja ouvida alguma testemunha em plenário e marcar, então, o sorteio dos jurados e a data do júri. Se ele recorrer, precisamos aguardar que a decisão retorne do Tribunal de Justiça para, então, seguirmos esses passos.
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AN – Chama atenção a rapidez com que o processo tramitou.
Karen – Tenho tomado cuidado com todos os réus presos. Claro que esse é um caso bem importante, mas com todos os réus presos temos tido esse cuidado. Há casos de júris realizados sete meses após a data dos fatos, nesses dois últimos anos em que estou aqui. Hoje, dedico dois dias da pauta inteiros para processos de réu preso e mais duas manhãs para podermos ter essa celeridade.
AN – O que muda no processo em um caso de maior repercussão?
Karen – A gente toma, talvez, um cuidado maior. Muda isso, de ter que dar mais informações (à imprensa), cuidar com o que colocamos no sistema. Às vezes, tecnicamente a decisão tem um significado, mas o leigo pode interpretar de outra forma, não jurídica.