O assassinato de duas jovens na manhã de terça-feira na zona Norte de Joinville elevou para 15 o número de mulheres vítimas de homicídio em Joinville em 2016. O número é três vezes maior do que os crimes registrados em todo o ano passado na cidade, cinco.

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Embora os crimes passionais e praticados dentro de casa sejam os que mais chamam a atenção – e que fazem parte das estatísticas ligadas à Lei Maria da Penha -, há um outro fator que é apontado pela Polícia Civil de Joinville para explicar esse fenômeno: a participação cada vez mais efetiva da mulher em atividades ilícitas como o tráfico de drogas e a atuação das facções criminosas.

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– Essas mortes de hoje (ontem), pelo que sei, estão relacionadas a tráfico de drogas e facções. Em relação aos crimes passionais, não percebemos um aumento significativo. Há, sim, um aumento do número de homicídios de um modo geral. E há uma mudança no comportamento das mulheres. Lembro que, quando entrei na Polícia, era muito raro ver mulheres envolvidas em situações penais. Hoje, não é raro aparecer mulheres conduzidas por estarem envolvidas diretamente com o tráfico – diz a delegada Tânia Harada, responsável pela Delegacia de Proteção à Criança, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Joinville.

Dos 15 casos de assassinatos registrados na cidade este ano, oito têm possível envolvimento de familiar ou pessoa próxima da vítima e, nestes casos, a motivação geralmente é o ciúme, a vingança ou mesmo a inconformidade com o fim de um relacionamento.

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Em seis casos fica evidente a ligação com o envolvimento das mulheres em alguma atividade ilícita. Em uma das situações a mulher morreu por acaso, por estar diante de um atirador. É o caso da morte de Juliana Maria Cidral, 32 anos, que foi vítima de um homem que abriu fogo em frente a uma boate, na região Central.

– O que há, e que explique um pouco isso, talvez, seja um empoderamento negativo das mulheres. As mulheres hoje têm tido mais participação efetiva em atividades criminosas. Isso é fato. Há um envolvimento mesmo. Um empoderamento negativo – diz a delegada.