O recepcionista Vandré Centeno do Carmo, 25 anos, confessou à polícia ter assassinado e esquartejado o corpo de Cíntia Beatriz Lacerda Glufke, 34 anos. Segundo depoimento prestado na noite de quinta-feira, eles eram amigos, teriam trabalhado juntos em um hotel da Capital e foram colegas em um curso de comissário de bordo. A mulher era natural de Uberaba, Minas Gerais, e o jovem já teria, inclusive, viajado até a cidade para conhecer a família da amiga.

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A motivação do crime, segundo Vandré, seriam as excessivas cobranças e o bullying supostamente praticados por Cíntia. De acordo com o suspeito, a mulher teria dito por vezes, de forma ríspida, que ele era desatento e tinha dificuldade de compreensão. Apesar de ter confessado e dado detalhes do crime, a Justiça não aceitou o pedido de prisão temporária de Vandré, emitido pela polícia. O jovem está solto.

Em depoimento à delegada Jeiselaure de Souza, titular da 5ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre, Vandré disse que assassinou Cíntia na sexta-feira, 7 de agosto. O crime ocorreu no apartamento da mulher, no bairro Jardim Carvalho, zona leste de Porto Alegre – a perícia esteve no local e encontrou marcas de sangue da vítima.

O jovem contou que, depois do assassinato, esquartejou o corpo de Cíntia. O tronco e a cabeça foram enrolados em lençol, enterrados e cimentados no pátio em frente à casa de Vandré, na Vila Mário Quintana, em Porto Alegre. O assassino confesso levou a polícia até o local na madrugada desta sexta-feira.

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Pernas, pés, mãos e braços foram colocados em uma mala. Por volta das 19h30min daquela sexta-feira, conforme mostram imagens de câmeras de segurança da rodoviária de Porto Alegre, Vandré embarcou para São Joaquim, na serra catarinense. Na madrugada do sábado, 8 de agosto, ele abandonou a mala em um terreno baldio, a cerca de 200 metros da rodoviária do município catarinense, de acordo com o depoimento. A mala foi encontrada no dia seguinte por um catador de latas. A polícia passou a cruzar as digitais do corpo com os registros de pessoas desaparecidas no sul do país.

Marido se queixou à polícia sobre o desaparecimento de Cíntia

O marido de Cíntia mora nos Estados Unidos, mas veio para Porto Alegre quando soube do desaparecimento da mulher. Ele prestou depoimento em 14 de agosto, quando sugeriu que a polícia buscasse informações com Vandré. De acordo com as investigações, o homem não suspeitava de Vandré, uma vez que era amigo da vítima.

Na quinta-feira – quando, a partir dos cruzamentos de dados, descobriu-se que as partes de encontradas em São Joaquim eram de Cíntia -, a polícia chamou Vandré para depor. O jovem, sem saber que a mala havia sido encontrada no município catarinense, afirmou que havia viajado para São Joaquim, onde tinha familiares. E, então, questionado pela delegada, acabou confessando o crime.

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Polícia lamenta decisão da Justiça de soltar jovem

Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta, o diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Paulo Grillo, lamentou a Justiça ter indeferido o pedido de prisão temporária de Vandré – ainda que o jovem tenha confessado o crime, revelado detalhes e levado a polícia até o local onde enterrou parte do corpo de Cíntia.