O técnico do Joinville, Hemerson Maria, abriu a entrevista coletiva desta sexta-feira com um desabafo. Após ser expulso pelo árbitro Heber Roberto Lopes no intervalo do clássico com o Criciúma, o treinador declarou à imprensa que Heber disse não fazer questão de apitar os jogos do Joinville.

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Procurado pelo colunista Elton Carvalho, o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Pádua Peixoto Filho, afirmou que Hemerson Maria mentiu sobre o caso. Inconformado com as palavras de Delfim, o técnico jurou ter contado a verdade sobre o episódio e, ao fim da entrevista, ainda se mostrou arrependido por ter reclamado com o árbitro.

Sobre o jogo contra o Guarani de Palhoça, neste sábado, Hemerson Maria adiantou que promoverá a estreia do volante Geandro, mas não confirmou a escalão completa da equipe.

Desabafo

– Tenho uma história de vinte e poucos anos no futebol. Não sou mentiroso. O que mais prezo na vida é a minha família e juro pela minha família que o que eu falei depois do jogo sobre o que me foi falado são fatos que ocorreram no jogo. Admiro muito o presidente da Federação Catarinense, doutor Delfim. É um dos maiores responsáveis pelo crescimento do futebol catarinense. Mas não sou mentiroso. Sou aberto a crítica, sou humano, mas não menti.

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O que falei para o Heber foram aquelas palavras que mencionei para vocês. Ele falou que comunicou que me expulsou após eu falar, já me expulsou automaticamente, e depois eu fiquei pedindo para ele reconsiderar. Podem ver que o policiamento não me retirou de forma ostensiva. Eu não queria agredir o Heber, não sou maluco. A partir do momento que eu falo a palavra vergonha para ele, eu dou o direito de ele me expulsar. Não sou maluco e não sou desequilibrado a esse ponto. Não menti, quero parar por aí. Não quero muita confusão. Tivemos uma semana conturbada, quero mais é focar no jogo.

Lição (confusão com Heber Roberto Lopes)

– Tem que servir de lição para mim também. Não deveria ter ido lá no campo. Apesar de ter feito a contestação com razão, mas eu não deveria ter ido na beirada do campo. Vocês não vão mais me ver fazendo isso aí, prometo para vocês, serviu de lição. Porque sou comandante, tenho que dar o exemplo, as pessoas me olham. Então, tenho que dar exemplo. Não deveria ter ido lá, vou pagar o preço amanhã.

Escalação

– A equipe que vai sair jogando eu já tenho definida. O Geandro estreia. A linha de quatro será mantida, Marcelo Costa joga. Do meio-campo para a frente, tem algumas possibilidades. O Augusto não pôde treinar porque sofreu uma indisposição intestinal, mas deve estar apto a jogar.

Vamos aguardar uma posição do departamento médico. Independentemente de quem jogar, temos de fazer de tudo para vencer o jogo. A vitória é muito importante, pode encaminhar uma classificação. Na sequência, só vão restar três jogos, dois clássicos. É de suma importância o Joinville aumentar sua produção. Vem crescendo, evoluindo, mas essa evolução não foi suficiente para nos dar uma posição confortável na tabela.

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Kadu

-Tem condição (de jogar como volante). Um dos fatores que os meninos sofrem bastante quando sobem para a categoria profissional é a questão física. O Kadu é um atleta muito forte, sempre se sobressai nos trabalhos físicos, tem personalidade. É um jogador que tem uma perna esquerda muito boa, passa muito bem a bola, arremata de fora da área.

Tem possibilidade de começar o jogo, tem treinado desde o início da pré-temporada, atuou nos jogos treinos. Ora na lateral-esquerda, ora no meio. Trabalhou, me deu a confiança e, se tiver que utilizar o Kadu amanhã, tem total confiança, tanto do grupo como da comissão técnica de começar o jogo.

Variações

-Temos variações. Ano passado, praticamente utilizamos duas, três. Essa ano, além daquelas em que fomos bem-sucedidos no ano passado, nós estamos trabalhando, às vezes, com mais um homem no meio-campo, um formato de meio-campo um pouco alterado, dependendo do adversário. Até porque, a partir do momento que você começa a ter destaque, vencer, você começa a ser estudado também.

As equipes passam a te neutralizar. E aí, tem que partir do treinador, dos jogadores. Do treinador, uma disposição tática diferente. Dos jogadores, algo de diferente para que possa surpreender o adversário. Independentemente da disposição tática, temos que fazer uma equipe de muito equilíbrio, muito forte na intensidade, para que possamos ser vencedores.

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Intensidade

-Hoje, o futebol está muito tático, muito físico. A partir do momento em que um, dois ou três jogadores não estejam no mesmo ritmo dos demais, você compromete todo o seu plano tático. Para que a equipe jogue de maneira intensa, é preciso que o coletivo esteja jogando de maneira intensa. Não só um único jogador, um único setor. Portanto, todos os setores precisam estar alertas, atentos, concentrados, para que possamos fazer uma partida com bastante intensidade, bastante dinâmica, sem esquecer a alegria. Às vezes, os resultados negativos acabam roubando um pouco da sua alegria, acabam tirando um pouco da confiança.

Casa

– É o momento (de vencer), até porque no Catarinense o fator campo faz muita diferença. É muito difícil o visitante vencer no Catarinense. Ainda mais que, na Arena, o Joinville é muito forte. Perdemos um jogo só desde que estou no comando, contra o Avaí. Geralmente, a gente consegue um bom resultado, a torcida comparece. É o nosso primeiro jogador, como costumo falar. Esperamos que amanhã não seja diferente. Sempre que o Joinville esteve em um momento difícil, o torcedor foi nosso aliado e fez com que o Joinville revertesse o quadro.

Guarani

-É uma equipe organizada. Cada agremiação que disputa o Catarinense tem uma identidade. A identidade lá é o bugre da raça, o time da raça. O Guarani chegou a disputar uma final de Catarinense, perdeu para o Figueirense, quase foi campeão. É uma equipe formada por vários ex-jogadores de Avaí e Figueirense, que trabalharam comigo.

Eles veem como uma oportunidade de salvar o segundo semestre porque a sexta colocação pode valer uma vaga para a Série D. E também é uma vitrine hoje o Joinville, jogar contra Figueirense, Avaí, Criciúma. Esses atletas acabam se desdobrando, dando seu máximo. É uma equipe organizada, que já tem entrosamento de dois ou três anos. São atletas que, volta e meia, jogam no Guarani, se conhecem bastante.

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Suspensão (Hemerson Maria não poderá ficar no banco)

-Já passou um pouco do tempo em que o treinador ganhava o jogo numa palestra ou na beira do campo. Dependendo do estádio, do público, você nem consegue se comunicar com os jogadores. Não vou esconder que é muito importante a presença do treinador na beira do campo. Às vezes, você passa situações pontuais que só o treinador vê e acaba definindo um jogo ou outro.

Mas é muito mais importante o trabalho diário. Isto que acabamos de fazer, o trabalho tático, o vídeo que vamos passar para os jogadores à noite. A palestra amanhã (sábado), que antecede o jogo, os detalhes que serão repassados. Isto é mais importante, às vezes, e determina o bom rendimento da equipe. Gosto, não abro mão (de estar no banco), sou muito participativo. Vou estar sofrendo como torcedor.