Nas palavras do próprio presidente do Joinville, Nereu Martinelli, é na hora dos problemas que o principal dirigente de um clube precisa aparecer. Não foi à toa, portanto, que na tarde desta quinta-feira Nereu deu as caras no CT do Morro do Meio para uma conversa olho a olho com os jogadores.

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Em entrevista coletiva, o mandatário do JEC criticou o rendimento do time no Catarinense, reforçou que já passou o momento de se comemorar o título da Série B e não escondeu a cobrança por melhores resultados nas próximas rodadas.

O papel da direção, disse Nereu, tem se mostrado ao garantir condições de trabalho e reforços – além de apresentar o lateral-direito Sueliton, o presidente anunciou que negocia a chegada de um goleiro com experiência de Série A, sem revelar nomes.

Já o técnico Hemerson Maria foi poupado de qualquer crítica pelo dirigente. Nereu Martinelli lembrou que, no ano passado, a equipe toda chegou a ser contestada, mas mostrou resultado no momento em que mais sentia a pressão das arquibancadas.

Desempenho

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-Ninguém está satisfeito com o desempenho do Joinville. Nem diretoria, nem torcedor, nem departamento de futebol, nem imprensa. O Catarinense é um dos campeonatos mais equilibrados do Brasil, caíram os dois últimos invictos, Chapecoense e Joinville. Os pequenos, quando jogam em casa, se sobrepõem aos grandes. A manutenção da base (campeã da Série B) condicionaria que o Joinville tivesse melhor rendimento.

Cobrança

-Vou ter uma conversa com os atletas. Se alguém ainda está comemorando o título da Série B, está enganado. Isso já passou. No dia seguinte, eu coloquei uma pedra em cima porque, no futebol, o que se faz hoje não vale mais amanhã. A diretoria está fazendo esforços, buscando atletas de qualidade.

Pressão

-Prefiro acreditar que isso seja um pouquinho de auto-confiança, porque eles não desaprenderam a jogar. E não é falta de trabalho, de treinamento. O Joinville é impressionante, gosta de jogar pressionado. Quando o JEC precisa ganhar, ele ganha. Isto aconteceu na Série B, tivemos pequenas turbulências. Quando foi preciso buscar o resultado, o Joinville buscou.

Classificação

-Já estava na hora, após cinco rodadas, de a equipe apresentar melhor rendimento. Temos, agora, três partidas em casa: Guarani de Palhoça, Figueirense e Chapecoense. E teremos o Metropolitano fora de casa. Teremos algumas contratações. Temos todas as condições de nos classificar para o hexagonal. Podem ter certeza de que o hexagonal será outro campeonato, teremos um Joinville completo, as coisas vão mudar.

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Intervenção

-Claro que o presidente tem que entrar nas horas ruins. Presidente só entra em bucha. Na hora dos problemas, o presidente tem que aparecer. É nossa função conversar com os atletas, é isso que vamos fazer. O que queremos é buscar uma vitória em cima do Guarani e nos prepararmos para o clássico contra o Figueirense.

Arbitragem de Héber revolta presidente

O desempenho do Joinville em campo está longe do ideal, mas é o nome do árbitro Héber Roberto Lopes que parece tirar Nereu Martinelli do sério. Lembrado por ter validado um gol de braço de Lúcio Maranhão para o Figueirense no ano passado, quando o time da Capital conquistou o Catarinense na final contra o JEC, Héber teve atuação novamente polêmica no clássico contra o Criciúma, quarta-feira.

Normalmente comedido ao comentar arbitragens, Nereu desta vez destacou o suposto pênalti não anotado para o Tricolor e o terceiro gol do Tigre, marcado por Fábio Ferreira em posição ilegal. Mas a principal queixa do dirigente se voltou para a expulsão do técnico Hemerson Maria no intervalo, quando questionava o árbitro, e para ameaças que Héber teria feito ao meia Marcelo Costa.

O homem-forte do JEC revelou ter conversado com o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Pádua Peixoto Filho, pedindo providências em relação ao árbitro.

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Ameaças

-O que me deixou estupefato é que Hemerson Maria, Claudiomiro e Toninho Oliveira ouviram do árbitro que ele não faz a mínima questão de apitar jogos do Joinville e que ele ficou ameaçando o Marcelo Costa durante toda a partida depois de uma reclamação. Isto é uma falta de respeito com uma entidade, com a maior cidade de Santa Catarina. Quem não o quer apitando jogos do Joinville somos nós. Se o histórico dele apitando jogos do JEC não é bom, ele devia ter uma segunda ou terceira arbitragem sem qualquer erros.

Prejudicado

-Não é possível que, em três partidas com arbitragem do Héber Roberto Lopes, o Joinville tenha sido prejudicado nas três. Quero deixar claro que o Joinville perdeu para si mesmo (contra o Criciúma), estou questionando a referência que o Héber fez ao nosso treinador, inclusive não teve a coragem de tirar a mão da boca. A câmera mostra que ele fica com a mão junto à boca e as ameaças que ele fez ao Marcelo Costa, um atleta de caráter.

Veto

-Nós, aqui, não queremos que o senhor Héber apite mais jogos do Joinville. A cidade não quer, porque Joinville é muito grande. Ele não é catarinense, veio da Federação Paranaense de Futebol. O futebol catarinense é muito grande para se sujeitar a certas atitudes.