Sorteado relator da Lava-Jato, o ministro Edson Fachin elencou quatro características para cumprir seu novo “dever”: prudência, celeridade, responsabilidade e transparência. Há um ano e oito meses no Supremo Tribunal Federal (STF), o magistrado já é reconhecido entre seus pares por ter esse perfil de atuação. Não por acaso, era o preferido da presidente da Corte, Cármen Lúcia, para substituir Teori Zavascki. Tanto, que a ministra o convenceu a migrar da 1ª para a 2ª Turma do Supremo, onde são julgados os casos da Lava-Jato. Cuidadoso com as palavras, Fachin se aproxima de Teori na técnica e no temperamento. Já proferiu decisões que desagradaram gregos e troianos, coxinhas e petralhas. Mais sorridente do que o antigo colega, o novo relator também sabe manter nas conversas a distância regulamentar que o cargo exige. Ontem, abordado mais de uma vez por repórteres durante a sessão do STF, apenas resumiu que está “tranquilo”. É com essa postura, sem arroubos ou exibicionismo, que o país espera ver Fachin continuar o trabalho de Teori.
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Reforma
O Planalto comemorou a reeleição em primeiro turno de Rodrigo Maia (DEM-RJ) com 293 votos. Terá à frente da Câmara um aliado com discurso pró-reformas. Porém, os 105 votos recebidos por Jovair Arantes (PTB-GO) mostraram que, apesar de desidratado, o centrão não morreu. Sem o apoio do baixo clero, o governo não terá 308 votos para aprovar a PEC da Previdência. Eleitores de Maia nos grandes partidos da base (PMDB, PSDB e PP) adiantam que não endossam a reforma como ela veio do Palácio.
Conta
Conforme esperado nos bastidores, parte da bancada do PT votou em Rodrigo Maia. Deixou André Figueiredo (PDT-CE) na mão. Juntos, PT (57) e PDT (21) somam 78 deputados. André teve 59 votos. Na véspera, petistas falavam em 22 votos pró-Maia na bancada. Auxiliares de André apostam em 37 traições.
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Rolete
Eleito primeiro-vice da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG) é conhecido por oferecer jantares com leitão à pururuca como prato principal. Quando as sessões no plenário avançam à madrugada, costuma levar comida ¿de panela¿ e distribuir aos deputados. Saciar os colegas deu certo. Ramalho derrotou Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel e apoiado pelo Planalto.
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