Com a prerrogativa que a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) lhe confere, Cármen Lúcia matou no peito as delações da Odebrecht, homologou os acordos e devolveu a bola para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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Sem deixar margem para tabelas com políticos enrolados, resolveu uma das pendências criadas pela morte do ministro Teori Zavascki. Agora, o futuro da Lava-Jato passa por Janot e pelo novo relator da operação no STF. A escolha do magistrado, selecionado na 2ª Turma ou no plenário, é a decisão da vez.
Movimentos favoráveis e contrários ao governo Temer monitoram a definição com críticas mais pesadas, temperadas pela preferência política de cada lado, a Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. As atuações do relator e de Janot serão fundamentais para um desfecho sem pizza das investigações. Avalizadas as delações, cabe ao procurador utilizar o conteúdo dos mais de 800 depoimentos e acertar o momento em que pedirá o fim do sigilo do material. A primeira peneira entre os políticos citados pela Odebrecht ocorrerá na PGR. Janot enviará ao Supremo a lista de parlamentares e ministros de Estado contra os quais virão pedidos de aberturas de inquéritos ou eventuais denúncias. Todas as solicitações dependerão da caneta do novo relator.
Distância
Ao homologar as delações, Cármen Lúcia manteve distância do Planalto. O governo comemorou a manutenção do sigilo, apesar de estar preparado para vazamentos. A preocupação da semana é garantir Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) nas presidências da Câmara e Senado.
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Prefeitos
Cármen Lúcia recebe nesta terça prefeitos das capitais. Mandatário de Florianópolis, Gean Loureiro (PMDB) participa da reunião. O encontro vai discutir processos ligados aos municípios, como a judicialização de serviços de saúde e de vagas em creches.
Final
A CPI da Funai/Incra retoma os trabalhos da comissão na próxima semana na expectativa pela apresentação do relatório final. O texto que será votado por deputados deve apontar o indiciamento de pelo menos 50 pessoas, além dos inquéritos já instaurados junto à Polícia Federal.
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