Três meses após o endurecimento da Lei Seca, a segurança pública de Florianópolis garante tornar as blitze para fiscalizar a embriaguez ao volante uma rotina na cidade. A garantia é que serão três por semana. Entidades que lutam pela segurança no trânsito torcem para que a continuidade das operações não passe de promessas.
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A primeira blitz, realizada na Beira-Mar Norte na madrugada do último sábado, resultou na abordagem de 200 veículos e cerca de 10 pessoas submetidas ao teste do bafômetro. O secretário municipal de Segurança e Defesa do Cidadão, Raffael de Bona Dutra, considerou produtiva a primeira operação, mesmo que tenha resultado na prisão de apenas um motorista de 25 anos.
Segundo o secretário, o principal objetivo é educar e inibir os condutores de beber e dirigir. A primeira operação conjunta entre Guarda Municipal, Polícia Militar e Departamento Estadual de Trânsito (Detran) contou com a participação de 35 agentes.
A previsão é de que as blitze da Lei Seca sejam realizadas pelo menos três vezes por semana, entre as terças-feiras e os domingos. Para o presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito (Monatran), Roberto Alvarez Bentes de Sá, as blitze são medidas necessárias para garantir a segurança nas estradas, mas só surtirá efeito no comportamento dos motoristas se realmente se tornarem permanentes.
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– Temos um problema aqui, como no país inteiro, que as ações começam e não têm continuidade. Esperamos que não seja fogo de palha – comenta Sá.
Acif espera melhoria na oferta de transporte
A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) espera que a prefeitura melhore a oferta de táxis e transporte coletivo para não prejudicar a procura por bares, boates e restaurantes, uma das atividades que movimenta a economia da Capital turística.
– Somos favoráveis à fiscalização. Com as blitze, as casas noturnas vão começar a investir em serviços de leva e traz clientes, mas a prefeitura tem de enfrentar as dificuldades estruturais da cidade – afirma o presidente da Acif, Doreni Caramori.
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:: A fiscalização em outras cidades
Itajaí
O batalhão de Polícia Militar de Itajaí, no Litoral Norte, faz trabalho constante de fiscalização com bafômetros. Mas as blitze ocorrem de forma esporádica, de acordo com a disponibilidade de agenda e efetivo da corporação. Além de blitz, os policiais também costumam fazer abordagens durante as rondas.
Joinville
As blitze vêm sendo intensificadas desde janeiro em Joinville, no Norte de SC, após as mudanças na legislação. Em uma das operações, em janeiro, mais de 300 pessoas foram abordadas e 76 autuadas. Segundo a Polícia Militar, as blitze continuam, principalmente nos dias que antecedem os fins de semana e aos sábados e domingos.
Blumenau
Desde 2012, a Guarda Municipal e PM realizam as blitze todos os dias para fiscalizar embriaguez ao volante e outras irregularidades de trânsito, principalmente nas noites de finais de semana. O número de infrações e prisões pelo consumo de álcool chega a 10 por operação. Segundo a Guarda Municipal, há casas noturnas que oferecem vans e ônibus para o retorno dos clientes para suas casas.
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São José
A Guarda Municipal conta com o programa Blitz na Balada, que leva educação no trânsito para a frente de boates e grandes eventos da cidade. Na semana passada, os agentes estiveram no 12° Rodeio Internacional. A instituição só deve começar a fiscalização repressiva quando estiver armada, o que deve ocorrer dentro de um mês.
:: A lei seca
– O condutor é convidado a fazer o teste do bafômetro. Caso se negue, o agente verifica as condições do motorista, testemunho ou vídeo. Isso servirá como prova para o crime de trânsito.
– A multa é de R$ 1.915,40 e em caso de reincidência em período de 12 meses passa para R$ 3.830,80
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:: Os três níveis de alcoolemia
– Inferior a 0,13 miligrama de álcool por litro de ar expelido dos pulmões no bafômetro, o motorista é liberado sem punição.
– Entre 0,14 e 0,33 miligrama, o condutor é punido com multa, retenção do veículo e sofre processo administrativo capaz de suspender habilitação por um ano.
– Acima de 0,33 miligrama, o motorista é enquadrado em crime de trânsito e conduzido à delegacia, sujeito à fiança e à pena de detenção de seis meses a três anos. Também fica sujeito a multa e suspensão do direito de dirigir.
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