Em reunião no início da tarde desta sexta-feira, a Guarda Municipal de Florianópolis prepara, sob a coordenação do Sindicato das Guardas Municipais do Estado, os detalhes da greve da categoria a partir de segunda-feira na Capital.

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Em assembleia ontem, os guardas anunciaram estado de greve por 72 horas e 70% da classe cruzará os braços na próxima semana. A categoria se recusa a trabalhar sem o porte de arma, suspenso pela Polícia Federal desde dia 1º de julho, devido à falta de horas/aula de treinamento técnico para o uso de arma de repetição e semiautomática.

— A única forma da Guarda não entrar em greve, é um acordo entre Prefeitura e Polícia Federal para restabelecer o porte de arma durante o complemento do treinamento exigido — afirma o presidente do Sindicato das Guardas Municipais do Estado, Alexsandro Coelho.

A pressão da categoria, no entanto, não terá efeito até a próxima semana. Isso porque, a audiência entre Prefeitura e Polícia Federal para tratar sobre o assunto foi marcada pela Justiça para a próxima quinta-feira, dia 14, às 14h.

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— Tentaremos um acordo para que os guardas possam portar as armas, conforme nossa lei municipal obriga, durante o treinamento técnico — informa o secretário de Segurança e Gestão de Trânsito da Capital, José Paulo Rubim Rodrigues.

Até lá, a Prefeitura tenta também evitar a greve dos guardas. “Vamos entrar com um processo administrativo para suspender os salários dos guardas e a greve”, ameaça o secretário, que afirma não ver legalidade na paralisação.

— Estamos tentando resolver, a greve só atrapalha — disse.

O Sindicato, porém, não vê outra saída.

— Os guardas não vão sair para ocorrências de trânsito, furto, roubo ou uso de entorpecentes. Eles não têm como sair sem armas. A partir da deflagração da greve, a Guarda vai cumprir a lei de atendimento de 30% dos serviços, mas atuará em pontos pré-determinados e apenas em ações de segurança do patrimônio público — ressalta o presidente do Sindicato, Alexsandro Coelho, ao informar que a greve pode durar até o final do treinamento técnico.

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De acordo com o comandante da Guarda Municipal de Florianópolis, Alex Silveira, o complemento da capacitação dos guardas exigido pela Polícia Federal deve começar no final deste mês ou no início de agosto e deve durar dois meses.

— Serão quatro turmas, com curso de duas semanas cada turma. O treinamento será feito na academia da Polícia Rodoviária Federal — explica ele.

Coletes vencidos e falta de equipamentos entram na pauta

Apesar de a greve dos Guardas Municipais da Capital reivindicar apenas o restabelecimento do porte de armas, outros itens entram na pauta da categoria, segundo o Sindicato Estadual. De acordo com o presidente Alexsandro Coelho, a Guarda em Florianópolis trabalha com 90 coletes balísticos vencidos e mais da metade das armas elétricas (choque) sem condições de uso.

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— São problemas que precisam ser resolvidos, mas que os guardas estão dando um jeito. Estão trocando os coletes entre eles para não usar os 90 vencidos. Estão usando apenas oito das 20 armas elétricas. Os 25 novos ainda não têm equipamentos de uso individual — denuncia Coelho.

O secretário de Segurança, José Paulo Rubim Rodrigues, afirma que a licitação para a compra dos equipamentos, armas e coletes já foi feita e que a Prefeitura aguarda a assinatura do contrato para a entrega do material pela empresa vencedora. Rodrigues, porém, disse não haver data para a entrega.