No dia da votação na Câmara da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, as ruas das principais cidades brasileiras vão ser ocupadas por manifestos a favor e contra a abertura do processo. Os principais atos devem ocorrer em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
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Em algumas cidades, as manifestações tiveram início no sábado. No Rio, a Cinelândia recebeu o Carnaval pela Democracia, organizado por blocos carnavalescos da cidade contrários ao impeachment. O evento suprapartidário recebeu apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz, que custeou o aluguel do equipamento de som. Em Campo Grande (MS), adeptos da saída de Dilma ocuparam parte da Avenida Afonso Pena, a principal da cidade.
Neste domingo, em Brasília, militâncias antagônicas estarão separadas por um gradil de metal de dois quilômetros de extensão e pela cavalaria da Polícia Militar no gramado em frente ao Congresso. Carros de som estarão estacionados em frente à Catedral de Brasília e ao Teatro Nacional. Para evitar provocação entre os grupos, os discursos, assim como os bonecos infláveis gigantes, estão proibidos. Os manifestantes devem permanecer no local até o resultado da votação, o que pode acontecer apenas na madrugada de segunda-feira.


Em São Paulo, a Avenida Paulista será ocupada pelos que torcem pelo impedimento, enquanto os que defendem a permanência da presidente no cargo se concentrarão no Vale do Anhangabaú, no centro. Os grupos Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua levarão telões para exibição da sessão de votação. Haverá apresentações de bandas e de grupos de dança, como o Carreta Furacão.
No Anhangabaú o ato político organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo será alternado por atividades artísticas. O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, estima um público de 100 mil pessoas.
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No Rio, o ato “em defesa da democracia” ocorre entre 9h e 13h na Praia de Copacabana. A menos de um quilômetro de distância, os seguidores do Vem Pra Rua e do Movimento Brasil Livre deverão ocupar as ruas entre 15h e 19h.
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A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) informou sábado que o rigor da lei será aplicado contra estrangeiros que participarem das manifestações políticas, por meio de deportação.
— Os direitos políticos são praticamente os últimos a serem adquiridos por estrangeiros com visto de permanência, imagine para quem vem apenas a turismo — disse o presidente da entidade, Luis Boudens.
Pela lei, o estrangeiro admitido em território nacional não pode exercer atividade de natureza política ou participar de desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza, sob pena de detenção (de um a três anos) e expulsão do país.
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