Pedalar por lazer, longe das estradas, é bem diferente de utilizar a bicicleta como meio de transporte na cidade. Em Florianópolis, um grupo de voluntários ensinam pessoas que querem aprender a andar sobre as duas rodas no trânsito. Eles são os Bike Anjo.
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:: Confira mapa cicloviário de Florianópolis
:: Veja o vídeo sobre a situação das ciclovias da Capital
O projeto iniciou este ano na Capital. O serviço gratuito já é disponível em outras cidades brasileiras, com o pioneirismo dos paulistas. A ideia é ajudar as pessoas que querem utilizar a bicicleta como veículo de transporte a enfrentarem o trânsito onde precisam compartilhar o espaço com os carros e ensinar a se portar em ciclovias e ciclofaixas.
Durante alguns dias, um professor acompanha o aluno em seus trajetos para treinar. São indicadas rotas seguras, informações e sinalização de trânsito, legislação, equipamentos de segurança, vestuário correto e noções de mecânica de bike. A rede conta com 25 participantes.
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– A pessoa nos procura e, dependendo de onde ela mora, um bike anjo acompanha as saídas dela para a escola, universidade ou trabalho. Todos de nosso grupo são ciclistas experientes. O nosso papel é fazer as pessoas perderem o medo de pedalar como forma de se locomover – explica um dos coordenadores do projeto, Guilherme Peres Filza Lima.
O bancário Caio Matsui, de 25 anos, de Campinas (SP) veio passar uns dias de folga em Florianópolis e aproveitou para fazer um treinamento com o bike anjo Fabrício Sousa. Em sua cidade, Caio usa a bicicleta para ir trabalhar e agora está mais confiante para pedalar.
– Aprendi a sinalizar, andar ao lado do carro, sair de uma ciclovia e ir para a outra. Eu não costumava usar equipamentos de segurança, como o capacete. Mas depois que tive aula com um bike anjo, me convenci de que devo usar. Percebi que me sinto mais seguro – avalia Caio.
Todo o terceiro domingo do mês, o Bike Anjo monta a sua escola na Beira-Mar Norte. Também é feito o mesmo trabalho na primeira e terceira quartas-feiras do mês próximo a Concha Acústica da Universidade Federal de Santa Catarina, durante os shows do Projeto 12h30. Além de treinar pessoas para encararem o trânsito da cidade, os voluntários ensinam crianças a pedalarem. O próximo passo é levar a escola para Continente e Lagoa da Conceição.
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– O que move a gente a ser voluntário é a paixão por usar bike como meio de transporte. Quando alguém quer aprender a usar a bicicleta no dia a dia, ficamos felizes em ajudar – confessa o bike anjo Fabrício Sousa.
Lima, um dos participantes do projeto, lembra que a eficiência da bicicleta como veículo de transporte é comprovada nos desafios intermodais, realizados sempre no mês de setembro em diversas capitais do país. O concurso leva em conta o tempo de deslocamento, o meio mais saudável, barato e não poluente das formas de deslocamento (carro, moto, a pé). Em Florianópolis a bike ganhou e em São Paulo, que teve também a opção de veículos aéreos, só perdeu para o helicóptero.