“Somente perícias agendadas”, avisam cartazes espalhados pelas vidraças do prédio do INSS de Joinville. Desde o dia 7 de julho, quem precisa do sistema público previdenciário dá com a cara na porta ou sai do local com o número 135 anotado em um papel. No momento, os funcionários do atendimento ao público são os que mais aderiram à greve na cidade.

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O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Público Federal de Santa Catarina (Sindiprev-SC) afirma que a greve é parcial e que a entidade pretende resolver a situação assim que receber uma proposta formal às reivindicações.

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Claudemir Abate sofreu um acidente de moto no dia 17 de julho. Quebrou três ossos da perna, incluindo o fêmur, e está afastado das atividades profissionais. Ele precisa passar por perícia para continuar recebendo o benefício mensal. Nesta terça-feira, ele esteve no INSS de Joinville para pedir o benefício, mas o sistema não estava em operação e, o nome dele, fora da lista de agendamento.

Ana Paula Mendes é operadora de produção. Ela chegou depois de Claudemir ao atendimento e saiu de lá com o número 135 na mão – o telefone da Central de Atendimento da Previdência Social. Ana Paula quer prorrogar o pedido de auxílio doença ao qual teve direito depois de passar por cirugia para retirada de um cisto em um dos dedos da mão esquerda. Não conseguiu resolver o caso e vai ter que ligar para a central de atendimento na tentativa de agendar um novo horário para ser recebida.

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Mas nem todos saem do local de mãos vazias. Rosângela de Souza, mãe de João Vitor Becker, de 13 anos, conseguiu o que queria. Ontem, ela entrou no prédio às 10 horas e saiu uma hora depois com o papel que assegura ao filho a renovação do passe de ônibus. Ele tem atrofia em uma das pernas e já passou por 20 cirurgias.

Sindiprev reivindica concurso

Cartazes antes da chegada ao atendimento explicam que nove servidores da agência central do INSS de Joinville já podem se aposentar. Para suprir a demanda por atendimento, o Sindiprev reivindica concurso público. Além de mais servidores, está na pauta de reivindicação o reajuste salarial, a incorporação das gratificações, a paridade salarial entre ativos e aposentados e a busca por melhores condições de trabalho.

Diante da falta de consenso e do tempo prolongado da greve, o Supremo Tribunal Federal (STJ) definiu, em liminar, que 60% dos servidores da gerência executiva devem retornar aos postos de trabalho. O sindicato formula recurso contra a decisão, enquanto tenta receber uma proposta formal para apresentar à votação dos grevistas em assembleia.