Sem avanços nas negociações, uma semana de paralisação no Hospital São José e de duas semanas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) afetam o dia a dia dos joinvilenses com a suspensão de parte dos serviços.
Continua depois da publicidade
Leia as últimas notícias sobre Joinville e região no AN.com.br
No São José, até o fim da manhã desta segunda-feira, foram fechados 88 dos 200 leitos de internação. Os retornos médicos e uma série de serviços eletivos (exames, principalmente) foram cancelados. Todo o atendimento do primeiro andar do prédio do hospital está paralisado.
Os ambulatórios de oncologia e especialidades não estão agendando consultas de retorno dos exames, porque faltam funcionários. Apenas o que está agendado continua mantido.
Continua depois da publicidade
Os servidores decidiram fazer greve depois de ver esgotadas as possibilidades de negociação de um corte do adicional de insalubridade de cerca de 150 funcionários. Uniformes para todos os trabalhadores e ampliação dos recursos para o adicional por alta complexidade também são reivindicações dos servidores do hospital.
– Estamos aguardando uma posição da Prefeitura – diz Ulrich Beathalter, presidente do Sinsej, sindicato que representa servidores de Joinville e outros municípios da região.
No INSS, são milhares de pedidos de aposentadoria, seguro-desemprego e auxílio-doença que não estão sendo feitos. Nos primeiros dias de greve no órgão federal, estimava-se em 2 mil pessoas sem atendimento.
Continua depois da publicidade
Como as pessoas deixaram de buscar os benefícios por causa da greve, não é possível avaliar o total de pessoas sem atendimento. Com a paralisação, o público só tem acesso a informações e pode entregar documentos.
O Sindicato dos Servidores de Joinville (Sinsej) avalia que cerca de 45% dos funcionários do São José estão de braços cruzados. O comando estadual da greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Santa Catarina avalia que a paralisação tem sido um sucesso na região de Joinville.
Pelo menos 10% das agências do Estado estão fechadas ou com o atendimento bastante prejudicado. Há cerca de 70 agências no Estado. No Norte, o atendimento está sendo realizado parcialmente em Jaraguá do Sul, Porto União e Joinville (agências Centro e Guanabara). Em Joinville, o sindicato estima que a paralisação atinge 90% dos servidores.
Continua depois da publicidade
A greve foi votada em assembleia estadual no dia 26 de junho e, em assembleia nacional, no começo de julho em Brasília. Segundo Clarice Ana Pozzo, diretora do Sindprevs, o sindicato da categoria, a principal reivindicação é a melhoria nas condições de trabalho.
O movimento também pede a incorporação das gratificações nos vencimentos, um reajuste de 27%, o que ajudaria a repor a inflação dos últimos sete anos. O governo acenou com um reajuste de 21,3%, mas não houve acordo.
Prefeitura aguarda laudo
O prefeito Udo Döhler, que tem negociado com o Sinsej diretamente desde o ano passado, contratou uma empresa para avaliar se os funcionários têm ou não direito a receber por insalubridade. Um laudo deve ser entregue nos próximos dias à Prefeitura, ao hospital e ao sindicato.
Continua depois da publicidade
O benefício da insalubridade representa em torno de R$ 150 a mais no salário. A dúvida é se todos os servidores devem ou não receber. Os funcionários com funções administrativas deixariam de receber o benefício.
Para o sindicato, todo o hospital é um ambiente insalubre e os servidores estão expostos a doenças infecciosas, mesmo os que trabalham em áreas administrativas, já que têm contato direto com todo o pessoal que circula pelo hospital diariamente.
Nesta segunda-feira, o novo diretor da instituição, Paulo Manoel de Souza, que tomou posso em meio à greve, fez uma série de visitas aos setores. A direção estima em pouco mais de 10% o número de grevistas. O hospital tem cerca de 1.400 servidores.
Continua depois da publicidade