Por volta das 14h, os grevistas do Hospital de Caridade fizeram uma passeata até a Assembleia Legislativa (Alesc). Com faixas pedindo dignidade, e a saída da diretora do Hospital de Caridade, Danielle Aparecida Trinkel, os trabalhadores assistiram parte de uma reunião plenária no Palácio Barriga Verde.

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Segundo Wallace, a passeata é para pressionar os deputados estaduais para que se faça uma melhor fiscalização do uso de recursos do SUS no Hospital de Caridade.

– Existem 13 alas no hospital, mas quatro delas estão fechadas, inclusive a ala Joana de Gusmão, onde era feito um belo atendimento de pessoas do interior do estado – diz Wallace.

O diretor jurídico do Sindsaúde explica que a reivindicação pouco tem a ver com a greve:

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– A greve para se atenderem nossas reivindicações. A maior parte é sobre condições de trabalho que o hospital pode resolver – afirma o sindicalista.

TRT determina retorno ao trabalho

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) aceitou parcialmente o pedido da direção do Hospital de Caridade para considerar a greve dos trabalhadores como abusiva.

Segundo o relatório feito pelo desembargador Amarildo Carlos de Lima, 80% do efetivo de cada área do hospital devem voltar imediatamente ao trabalho – hoje, cerca de 250 dos 935 trabalhadores estão de braços cruzados (algumas funções, como os técnicos de enfermagem, registram 90% de paralisação).

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Caso a decisão não seja cumprida, o Sindsaúde-SC (que representa os empregados) pode receber multa diária de R$ 50 mil. A medida é liminar (temporária) e cabe recurso.

O advogado da instituição, Alexandre Evangelista Neto, explica que o juiz não declarou a greve ilegal ou abusiva como o hospital queria, mas o retorno dos funcionários deve melhorar o atendimento.

– Agora podemos retornar à normalidade do atendimento – diz Alexandre.

Segundo o advogado, as principais áreas afetadas pela greve são a parte de nutrição, segurança e técnicos de enfermagem.

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O diretor jurídico do Sindisaúde, Wallace Fernando Cordeiro diz que os trabalhadores ainda não receberam a notificação do tribunal. Ele já adianta que o sindicato deve recorrer e, caso não tenha uma nova proposta que atenda os trabalhadores, a paralisação deve continuar.

– É direito nosso fazer greve e isso só prejudica as negociações – diz Wallace.

A greve começou na segunda-feira e cerca de 250 trabalhadores estão parados. Eles pedem por melhores condições de trabalho – local para descanso, ar-condicionado, melhoria nos benefícios de alimentação e plano de saúde – além de aumento salarial de 12%.

Duas propostas apresentadas pela diretoria do Hospital de Caridade já foram rejeitadas pelos funcionários. Alexandre diz que, mesmo com a decisão do TRT, a direção continua negociando com o Sindsaúde-SC.

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