As três pequenas celas da Central de Polícia de Joinville, no bairro Boa Vista, poderão voltar a ficar superlotadas. Como os agentes penitenciários da cidade também aderiram à paralisação da categoria no Estado, a ordem do comando de greve é de manter apenas as tarefas essenciais no Presídio Regional e na Penitenciária Industrial.
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Trabalhos de escoltas de presos para audiências e o recebimento de novos detentos estão suspensos. Assim, quem for preso em flagrante ficará detido na delegacia até que o presídio volte às atividades normais.
A situação preocupa a Polícia Civil porque o espaço serve apenas de passagem provisória e não conta com a mínima estrutura para abrigar suspeitos por longos períodos – o cubículo não tem colchões e conta apenas com um banheiro para as necessidades básicas dos presos.
A única cozinha do prédio é compartilhada entre policiais. Em 2010, o mesmo espaço chegou a abrigar cerca de 20 pessoas depois que uma portaria limitou a lotação do presídio em 900 internos e forçou a unidade a não receber novos detentos. Na época, só transferências para outras cidades aliviaram o problema.
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O agente penitenciário Ismael Arins, que lidera a paralisação em Joinville, informou nesta quinta que procuraria levar informações ao Poder Judiciário sobre o impacto da greve na cidade.
– Não queremos infringir a lei nem prejudicar a sociedade. Só precisamos que o governo atenda aos nossos apelos -, argumenta.
As medidas da paralisação, conforme Ismael, serão mantidas pelo menos até o dia 25, quando o comando de greve em SC e o governo do Estado devem tratar novamente das negociações.
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Ao ser procurado pela reportagem, nesta quinta à tarde, o coordenador da Central de Polícia, delegado Isaías Cordeiro, ainda não havia sido alertado oficialmente sobre a recusa do presídio em receber presos em flagrante. Mas reforçou que a unidade não tem estrutura para abrigar suspeitos permanentemente.
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