Mesmo com diversas reuniões ao longo desta segunda-feira entre Deter, Casa Civil e o sindicato da categoria (Sintraturb), os funcionários da Paulotur continuarão com a paralisação iniciada no dia 13 de junho, na Grande Florianópolis. No entanto, ao contrário do que aconteceu nos últimos dias, os grevistas não irão bloquear a saída dos ônibus das empresas Jotur e Santo Anjo, que estão cobrindo de forma emergencial as linhas paradas.

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— Elas poderão colocar quantos ônibus quiserem — garante o presidente do Sintraturb, Deonísio Linder.

A decisão de continuar o movimento aconteceu em assembleia da categoria na noite desta segunda-feira na Enseada do Brito. Com salários atrasados e sem pagamento de FGTS e INSS, os cerca de 150 funcionários seguirão de braços cruzados. A Paulotur, por sua vez, condiciona o pagamento dos valores atrasados ao retorno ao trabalho.

Motoristas e cobradores reclamam ainda das condições dos ônibus que circulam nas cidades. O Deter estuda solicitar o fim da concessão à Paulotur.

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Sindicato e Deter se reúnem novamente nesta terça às 15h. Uma nova assembleia da categoria aconteceu às 17h

Para passageiros, plano emergencial não resolveu

Jotur e Santo Anjo, empresas autorizadas pelo Deter a assumir emergencialmente as 16 linhas suspensas pela greve, não deram conta da demanda nestes dias, na avaliação dos passageiros. Na manha desta segunda-feira, os funcionários da Paulotur impediram a saída destes ônibus.

Com a promessa da reunião da tarde, liberaram a saída dos veículos. Mas o problema não foi somente com o bloqueio. Usuários do transporte público dizem que os itinerários foram incompletos.

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Moradora da Praia de Cima e professora de uma creche municipal na Tapera, no sul da Ilha, Fátima Medeiros não tem ido ao trabalho durante a greve. Ela explica que os ônibus fizeram poucos horários para uma demanda muito grande, principalmente quanto o retorno à estação. E que os veículos não entram nos bairros. Quanto ao bloqueio feito pelos funcionários em greve, minimiza.

— Eles não receberam ou estão desempregados. Eu entendo a situação, mas nós não temos culpa da incompetência da Paulotur. Eu tenho amigas que trabalham em escolas particulares e já foram ameaçadas de serem demitidas se não forem trabalhar.

Paulotur pode perder a concessão

Conforme o presidente do Deter, Fulvio Rosar Neto, o fim da concessão à Paulotur será discutido em uma reunião no conselho de transporte de passageiros de Santa Catarina nesta terça-feira. No entanto, ele afirma que o departamento não tem posição.

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— Nós vamos apresentar as possibilidades legais. São sete conselheiros que irão decidir.

A destituição da concessão da empresa, por meio do processo de caducidade, já está em andamento. Caso isso aconteça, o novo processo licitatório levaria mais 150 dias. Até lá, além de Santo Anjo e Jotur, outras empresas poderiam fazer as linhas desassistidas durante esse período. E havendo a mudança, o Sintraturb propõe para que os funcionários da empresa sejam contratados pelas novas operadoras da linha.