A Grécia chegou a um acordo nesta terça-feira com os credores para receber um terceiro plano de assistência financeira de pelo menos 82 bilhões de euros (90 bilhões de dólares), mas ainda é necessário concluir alguns detalhes, anunciaram fontes do governo de Atenas.

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O ministro das Finanças, Euclides Tsakalotos, afirmou que o país estava “muito perto” de uma decisão, faltando solucionar “apenas um ou dois detalhes sobre as medidas preliminares” que devem ser aplicadas por Atenas.

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Segundo fonte ligada ao governo grego, os detalhes “não afetam o espírito geral do acordo.

Os credores não se pronunciaram até o momento. Na segunda-feira, o governo da Alemanha afirmou que era melhor um acordo “exaustivo” do que uma decisão rápida.

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Há mais de duas semanas, a Grécia negocia as condições do plano de resgate com os credores: a União Europeia, o Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional e o Mecanismo Europeu de Estabilidade.

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Objetivos fiscais comedidos

Segundo o jornal Kathimerini, para fechar o acordo, o país teve que aceitar a adoção imediata de 35 reformas.

As medidas vão desde um aumento das taxas por tonelada aplicadas às empresas de transporte marítimo até a redução do preço dos medicamentos genéricos, passando por um reforço da luta contra os delitos financeiros ou ações para desregular o setor energético.

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Conforme o site de notícias in.gr, uma vez concluídos os detalhes pendentes, o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras pretende submeter o acordo ao Parlamento, se possível ainda nesta terça, para uma votação na quinta-feira.

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Se isso ocorrer, o Eurogrupo (ministros das Finanças da Eurozona) poderá validar o acordo na sexta-feira. Esse seria o calendário ideal para que a Grécia começasse a receber dinheiro antes de 20 de agosto, data na qual deve efetuar um pagamento ao BCE de 3,4 bilhões de euros.

Durante a noite, também foi anunciado um acordo sobre os objetivos fiscais da Grécia até 2018, um dos principais pontos da negociação.

Com a medida, em 2015, a Grécia poderá ter um déficit primário de até 0,25% do PIB, antes de um excedente primário de 0,5% do PIB em 2016, de 1,75% em 2017 e de 3,5% em 2018, segundo a agência de notícias ANA.

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Os negociadores moderaram as exigências nesta questão, levando em consideração a desaceleração econômica do país desde a chegada ao poder, em janeiro, do governo de esquerda radical do partido Syriza, que iniciou negociações intermináveis.

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Os objetivos diferem das metas que a Grécia e seus credores trabalhavam até junho, que previam um excedente primário de 1% já em 2015, 2% em 2016, 3% em 2017 e 3,5% em 2018.

A economia do país já está sendo afetada pelo controle de capitais instaurado no fim de junho, com o objetivo de evitar uma grande retirada de dinheiro dos bancos.

Para conquistar a opinião pública a respeito de algumas medidas sociais difíceis, Tsipras anunciou que aumentará os impostos sobre os deputados e reduzirá os salários dos ministros.

– Quando a questão do fim das isenções fiscais aos agricultores está sobre a mesa de negociações, não podemos ignorar nossos próprios privilégios – disse o chefe de Governo.

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* AFP