Uma promoção baseada em uma data comemorativa sem tradição no Brasil – Dia de Ação de Graças – e o resultado não poderia ser diferente: muitas críticas a vários sites brasileiros que divulgaram ofertas consideradas enganosas pelos clientes nas edições da Black Friday. Desde 2010 no calendário do comércio nacional, o dia de descontos será celebrado amanhã e promete média de 30% de diminuição nos produtos, principalmente eletrônicos. Neste ano, as empresas se comprometeram a melhorar o atendimento e a apresentação de ofertas, criando inclusive um selo de qualidade que estará nos hotsites (endereços criados especialmente para a promoção), e até expandindo os descontos para lojas físicas. O objetivo das medidas é recuperar a confiança dos consumidores, abalada após casos de promoções fajutas e sites falsos nas edições anteriores da Black Friday.

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:: Confira 10 dicas para não cair em armadilhas na Black Friday

A superliquidação envolverá boa parte do comércio eletrônico no Brasil e pode movimentar de R$ 700 milhões a R$ 1,2 bilhão. No entanto, para Cristiano Chaussard, diretor regional de Santa Catarina da Associação Brasileira de E-commerce (ABComm), o empresário brasileiro demorou a entender a data, que é tradicional dos Estados Unidos. Por isso, nos últimos anos, a Black Friday rendeu muitas reclamações para órgãos de defesa do consumidor.

– Como o Dia de Ação de Graças não é celebrado no Brasil, muitos lojistas demoraram a entender o significado da Black Friday. Mas o comércio nacional encontrou um foco na data, que, como é um mês antes do Natal, é possível comprar mercadorias pela internet a tempo de presentear no dia 24 de dezembro – diz Cristiano.

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O site Reclame Aqui recebeu 8,5 mil reclamações na Black Friday do ano passado, que ganhou má fama e alcunhas pouco honrosas nas redes sociais e em serviços de defesa do consumidor, como “Black Fraude” e o slogan “Tudo Pela Metade do Dobro”.

– Muitas empresas não organizam seus estoques e oferecem o que não têm, isso causa enorme transtorno a quem vai comprar – afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste Associação de Consumidores.

Preparados para o dia negro

Além das vendas no site, que terão estrutura de entrega reforçada, a Koerich vai apostar na expansão das promoções da Black Friday para as 90 lojas físicas no Estado. De acordo com a gerente de e-commerce da empresa, Valéria Bitencourt, a preparação para a sexta-feira no meio do ano:

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– Estamos tendo um crescimento das vendas nas últimas Black Fridays. Por exemplo, as vendas em 2013 foram 11 vezes maior que no ano anterior. Começamos a nos preparar há quatro meses para garantir a entrega mais rápida do mercado mesmo com o aumento das vendas.

Nas lojas Berlanda, o volume de vendas em dia de Black Friday chega a ser 15 vezes em comparação com um dia normal de vendas. O que explica esse crescimento é a oferta de alguns produtos com até 80% de desconto na loja na sexta-feira de promoções. E para garantir ao cliente que não haverá fraude nas ofertas, os próprios consumidores podem checar os preços originais dos produtos.

– O que fazemos é bem simples: o consumidor pode guardar preço de etiqueta para comparar com a nossa promoção. Assim estamos oferecendo mais garantias de que não haverá promoção falsa em nossos produtos – explica Marco Mazui, gerente de comércio eletrônico da Berlanda.

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O que é Black Friday

Conhecida como a grande data do ano para o comércio eletrônico, a “sexta-feira negra” foi criada por lojistas dos Estados Unidos na década de 1960. O dia de promoções ocorre na última sexta-feira do mês de novembro, após o feriado do Dia de Ação de Graças. A palavra “negra” é uma referência aos frequentes acidentes de carro provocados por pessoas que saiam para aproveitar as promoções no comércio após o feriado. No Brasil, a primeira versão do evento ocorreu em 2010 com ações de venda feitas por empresas de comércio online.