Após cinco mortes de manifestantes em confrontos com a polícia, as autoridades da Ucrânia pediram desculpas após a divulgação de um vídeo na internet que mostra um homem nu, na neve, humilhado pelas forças de segurança no país.

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“O Ministério do Interior apresenta as suas desculpas pelos atos inadmissíveis de pessoas em uniforme num vídeo que mostra uma pessoa nua”, informou um comunicado do governo, acrescentando que um inquérito foi aberto para determinar quando e onde ocorreu o episódio.

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O vídeo foi publicado na quinta-feira no YouTube e reproduzido por sites de oposição. Nele, o homem não identificado é obrigado a caminhar na neve, só de meias. Os policiais, encapuzados e com bastões, o obrigam a tirar foto com uma pá na mão e um deles dá um tapa em sua nuca. A vítima aparenta ter ferimentos nas costas e no pescoço.

Nesta sexta-feira, manifentantes ucranianos ampliaram os protestos na capital, Kiev, depois de as negociações entre a oposição e o presidente Viktor Yanukovich, não terem conseguido por um fim à crise que atinge o país desde o fim de 2013. Depois das negociações, os manifestantes começaram a aumentar o campo de protestos na Praça da Independência e ativistas ocuparam o Ministério da Agricultura, no centro da capital.

“A Praça da Independência é uma ilha da liberdade e vai expandir o seu território até sermos ouvidos”, disse o líder da oposição Vitali Klitschko, dirigindo-se aos manifestantes, depois das negociações.

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Com sacos de neve, pneus e outros objetos, as pessoas passaram a noite nos locais de protestos para garantir o controle do centro da cidade e impedir o avanço de forças policiais. Na madrugada desta sexta-feira, não houve qualquer incidente violento em Kiev. No último domingo, os confrontos entre forças de segurança e a população se intensificaram. Até hoje, cinco pessoas já foram mortas e mais de cem foram detidas.

Em sessão extraordinária, o Parlamento ucraniano, em recesso de inverno, se reúne hoje para discutir a deterioração da situação política do país e formas de solucionar a crise de maneira pacífica. Segundo informou o porta-voz do Parlamento, Vladimir Rybak, a declaração de estado de emergência continua não sendo uma opção para o governo e não deverá ser ponto de debate na sessão.