O início de entendimento entre a Secretaria da Educação e o Sinte/SC, esboçado com o encontro entre o secretário Eduardo Deschamps e representantes sindicais na noite de quinta-feira, parece ter ficado na intenção. Após o encontro, o governo voltou a afirmar que espera o fim da greve deflagrada em 24 de março para realmente negociar, enquanto os sindicalistas reclamam de não ter tido acesso ao anteprojeto do plano de carreira e listam críticas ao pouco que conheceram da proposta.

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Ainda ontem, ofício assinado pelo coordenador de negociações do governo, Décio Vargas, endossado por Deschamps, pedia o retorno dos grevistas às aulas até terça-feira como condição à retomada das conversas. O sindicato respondeu que tem autonomia para decidir a questão e que realiza assembleia estadual na quarta-feira, dia 15.

A questão de avançar a partir de segunda-feira, quando Deschamps vai apresentar a proposta através de webconferência para gerentes regionais de educação, diretores de escola e professores. À tarde, será a vez da imprensa, em entrevista coletiva. O Sinte espera também receber o material, para embasar as decisões da assembleia que pode selar o destino da greve.

– A assembleia pode determinar o fim da greve, sim, se alguém fizer a proposta e defender. Mas se não recebermos nada na segunda-feira, dificilmente alguém vai fazer isso – afirma o coordenador do Sinte, Luiz Carlos Vieira.

Na noite de quinta-feira, Deschamps apresentou ao Sinte um resumo do futuro plano de carreira – semelhante ao que foi exibido a deputados estaduais da base aliada na véspera. Com base na exposição, os sindicalistas apresentaram ontem um documento questionando pontos da proposta a ser apresentada.

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O Sinte admite que foram incluídos pedidos feitos pelo próprio sindicato, como a manutenção das faixas para profissionais com ensino médio e licenciatura curta no plano de carreira. Na proposta original, a tabela começava diretamente com profissionais com graduação. O Sinte entende que a supressão das faixas iniciais pode fazer com que a longo prazo os profissionais com nível superior recebam o piso nacional da categoria. Mesmo assim, reclama que a reinclusão foi feita diminuindo os valores das outras faixas.

– Em vez de definir uma proposta de carreira e depois verificar o custo, o governo faz o inverso. Diz que tem R$ 200 milhões e parte deles para fazer a carreira – questiona Vieira.

O ponto que promete as maiores discussões é a incorporação de parte da regência de classe aos salários dos professores. Dessa forma, o plano de carreira traria aumentos salariais nominais, mas sem efeitos práticos em parte dos casos. O governo alega que sem incorporação da regência não possível descompactar a tabela.