Nesta segunda-feira, às 15h30min, em uma sala trancada à chave, o governo do Estado volta a se debruçar nas discussões da quarta ligação Ilha-Continente. É quando recebe, em primeira mão, o detalhamento técnico de duas propostas pré-selecionadas há nove meses e que pretendem minimizar os entraves do trânsito nas vias de acesso à Ilha. Embora com trajetos e custos ainda desconhecidos, uma coisa é certa: a nova via de locomoção será pelo mar, com transporte marítimo integrado a outro modal.

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Das duas propostas, a que apresentar melhor solução para os problemas da Região Metropolitana será escolhida. Embora conheça o modal de cada uma, o governo não sabe a forma como eles seriam colocados em prática, e é isso que os projetos vão apontar.

– Vamos ter que analisar se aquela ideia compensa ou não. As empresas já vêm com suas defesas e já sabem o trajeto dos usuários e quantas pessoas moram em São José e trabalham na Ilha, por exemplo. A que apresentar melhor solução para tudo isso, será a escolhida. Mas por enquanto, tudo é especulação. Sem detalhes não temos como opinar – diz o presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Paulo Roberto Meller.

:: Projetos para nova ligação são financiados pelas próprias empresas

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Os projetos foram pré-escolhidos por meio de procedimentos de manifestação de interesse (PMI), modalidade escolhida pelo Estado em maio de 2012. Foram dois processos. No primeiro, cogitou-se a construção de uma nova ponte com aterro e também um túnel subaquático, mas o governo desistiu das ideias quando percebeu que investir em transporte coletivo de passageiros seria mais viável. Então, surgiu o segundo PMI. Das sete empresas inscritas, três foram selecionadas para dar continuidade ao estudo. Depois de novas desistências, apenas duas sobraram.

Comitê vai definir agenda de trabalho

Com os envelopes em mãos, o Comitê Gestor de Parcerias Públicos Privadas deve definir uma agenda de trabalho para discutir as propostas. Técnicos indicados pelos quatro maiores municípios da região – Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu – também integram a equipe, já que a decisão terá impacto em todas as cidades. A ideia é que, em até 30 dias, já exista uma resposta. O governo, aliás, é otimista: quer abrir o edital de licitação até o fim do ano, para que a obra possa começar ainda no primeiro semestre de 2014. Mas a decisão final vai depender muito do que será entregue na segunda.

– Não conhecemos a qualidade do material e a consistência dos estudos que virão. Se não estiverem completos, ou apontando para uma boa solução, há risco de se começar tudo do zero novamente – alerta o engenheiro Guilherme de Medeiros, coordenador da área técnica da SC Participações e Parcerias (SCPar).

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A necessidade de uma quarta ligação entre a Ilha e o Continente – não só nas pontes, mas também na Via Expressa e Beira-Mar Norte – é discutida há mais de cinco anos, mas nunca saiu do papel.