Os dois projetos pré-selecionados para a quarta ligação entre a Ilha de Santa Catarina e o Continente devem começar a ser estudados pelo governo estadual nesta segunda-feira. Eles chegarão em envelopes lacrados, que só poderão ser abertos na presença dos representantes das empresas que os elaboraram.
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Todo esse sigilo é um pedido das próprias empresas e serve para preservar a privacidade das informações e garantir a lisura do processo. Das duas propostas, a que apresentar melhor solução para os problemas da Região Metropolitana será escolhida. Embora conheça o modal de cada uma, o governo não sabe a forma como eles seriam colocados em prática, e é isso que os projetos vão apontar.
E o receio é justificado: todo o investimento feito com o estudo é privado e foi financiado por elas mesmas. A escolhida será ressarcida pelo vencedor da licitação que implementará a ideia. Mas a que cair fora terá o valor perdido.
– É o risco que se corre e é previsto pelo PMI. Por isso, as empresas são livres para participar – explica Medeiros.
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É por isso que elas também desistem. Das três escolhidas em dezembro, uma delas abandonou a ideia logo no início. Liderado pelo escritório de arquitetura do ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, o consórcio alegou razões particulares. Pouco depois, outro consórcio se desfez: a Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), de São Paulo, continuou com a proposta de transporte marítimo, enquanto a catarinense Esse Engenharia apresentou um novo projeto de teleférico interligado com barcas e ferry-boats.
A ideia, porém, foi abandonada nas últimas semanas. Segundo a coluna de Moacir Pereira publicada no domingo, não houve acordo com o parceiro chinês, que ajudaria no pagamentos dos custos – a ideia da Esse exigiria gastos de R$ 8,5 milhões só com os estudos. Pela proposta inicial, a Esse pretendia implementar um teleférico entre a BR-101 até a Lagoa da Conceição, passando pelo Ticen e pela UFSC. Já as barcas levariam passageiros de terminais construídos em Biguaçu e Palhoça até Florianópolis. Os ferry-boats, por sua vez, fariam o caminho de Biguaçu e Palhoça até um terminal instalado em Santo Antônio de Lisboa.
Os estudos que precisam ser apresentados
– Avaliação de demanda atual e futura da rede de transportes e veículos: pesquisa de tráfego, com entrevistas de usuários de transporte para ver a aceitação e quanto poderia absorver de demanda
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– Desenvolvimento das soluções para atendimento da demanda: qual é o modal, como ele funcionaria e por quê seria a melhor opção
– Planejamento de implantação: espécie de cronograma de obras, orientando a instalação de cada um dos sistemas
– Avaliação preliminar de impacto socioambiental: indicações de onde haveria necessidade de aprovação da Fatma
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– Projetos de engenharia: a parte técnica do projeto
– Modelagem e estruturação econômico-financeira para implantação do projeto: a forma como será a manutenção do sistema, se terá aporte público ou apenas investimentos privados, com cobrança de tarifa dos usuários
– Aspectos legais