Após os professores da rede estadual desocuparem a Assembleia Legislativa (Alesc) e realizarem um protesto em frente ao Centro Administrativo, na tarde desta quinta-feira, em Florianópolis, o governo de SC recebeu a direção do sindicato da categoria e sinalizou mais abertura para as negociações com os grevistas sobre o novo plano de carreira.
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A retomada do diálogo acontece um dia após a retirada da Medida Provisória 198, que tratava da regulamentação dos professores admitidos em caráter temporário (ACTs) e era um dos principais motivadores da greve.
Professores devem receber o anteprojeto do novo plano de carreira ainda nesta quinta-feira e, então, marcar uma nova assembleia para decidir pela interrupção ou não da greve.
A decisão foi tomada em conversa entre a Coordenação Executiva de Negociação e Relações (Coner) e o sindicato, realizada durante o protesto que reuniu cerca de 1,5 mil pessoas e foi encerrado por volta das 16h. O governador Raimundo Colombo e o secretário de Educação, Eduardo Deschamps, não estavam no local.
:: Confira imagens do protesto no Centro Administrativo:
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Para não descontar dias parados, governo exige fim da greve
Após a conversa com o Coner, Luiz Carlos Vieira – coordenador do sindicato – informou, de cima do carro de som, que a partir de agora o próprio secretário Deschamps deverá assumir as negociações com os grevistas.
Segundo ele, o governador foi acionado por telefone na tarde desta quinta-feira e autorizou o diálogo com o sindicato e a apresentação do plano de carreira, mas reafirmou a posição de que o governo não dialogará com a categoria em greve.
– Conseguimos derrubar a medida provisória, mas a negociação se dá com um passo de cada vez – afirmou Vieira.

Deschamps recebe a direção do sindicato ainda na tarde desta quinta-feira no prédio da Secretaria de Educação, no Centro de Florianópolis. O governo estadual informou ao Sinte-SC que os dias parados durante a greve não serão descontados na folha de pagamento sob duas condições: a apresentação de um plano de reposição das aulas e o retorno ao trabalho.
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A categoria aplaudiu a primeira condição, mas se dividiu em relação à segunda. Com o plano de carreiras em mãos, os professores devem realizar uma nova assembleia estadual para votar pelo desfecho da paralisação nas próximas semanas.
Governo busca apoio da base aliada para novo plano de carreira
O governo estadual perdeu a queda-de-braço com sua própria base aliada e terá de recomeçar toda a articulação para aprovar a nova política salarial dos professores. A retirada da MP 198 coroou um processo que deixou clara a falta de diálogo entre o Centro Administrativo e parte dos partidos que o apoiam – especialmente o maior deles, o PMDB.
Os secretários Nelson Serpa (Casa Civil) e Eduardo Deschamps receberam grupos de deputados em duas reuniões para explicar pontos do futuro plano de carreira do magistérios – com a promessa de aumentos maiores para profissionais com mais tempo de serviço e titulação.
Ainda na quarta-feira, através de assessoria, Deschamps afirmou que o projeto não aporta no Legislativo enquanto o Sinte mantiver a greve da categoria. Já o sindicato afirma que a paralisação permanece enquanto não tiver acesso ao anteprojeto, o que acontece no fim da tarde desta quinta-feira.
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Veja fotos ocupação da Assembleia Legislativa: