O governo do Estado agora só tem em mãos a proposta da empresa portuguesa Empa para a etapa mais importante da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. Depois da recusa da construtora American Bridge, anunciada na sexta-feira passada, o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) passa a trabalhar exclusivamente na análise do orçamento dos portugueses com um objetivo definido: reduzir ao máximo o valor pedido. Nos bastidores, a informação é de que a Empa teria orçado a restauração em R$ 300 milhões. Sem falar em valores, o governo garante que nos próximos dias irá apresentar publicamente a proposta.
Continua depois da publicidade
Para diminuir a pedida, engenheiros e técnicos do Deinfra trabalham em cada detalhe do projeto. Tudo está sendo revisto, desde o valor por cada peça até a forma de compra dos produtos. Uma das alternativas já discutidas é a de o Estado adquirir as peças que serão usadas na obra, pagando menos pelos materiais. Atualmente, os engenheiros do Deinfra é que analisam a proposta. Depois, ela deve passar por outras diretorias do departamento até que seja levada ao governador um valor final.
Passadas essas etapas, o Estado sentará para conversar novamente com a Empa. Os portugueses tiveram a seu favor a alta do dólar, que inviabilizou a continuidade da American Bridge na disputa.
Segundo o colunista do DC, Rafael Martini, em informação trazida nesta segunda-feira, os americanos haviam orçado a reforma em US$ 150 milhões, o equivalente a R$ 600 milhões. Ou seja, o dobro do que o Empa estaria pedindo. Para contratar os portugueses, o governador Raimundo Colombo faz consultas nos bastidores a órgãos de fiscalização para saber da viabilidade de um contrato emergencial, o que dispensaria uma licitação.
Continua depois da publicidade
Obra segue na base de sustentação
Desde a terça-feira passada, a empresa portuguesa trabalha na parte final da base de sustentação da ponte. A partir da assinatura da ordem de serviço, a empreiteira iniciou a etapa que vai interligar as quatro torres construídas para segurar o vão central. A estrutura também receberá 54 macacos hidráulicos para a elevação da ponte enquanto as barras de olhal são substituídas. O valor final dessa etapa, que deve durar até 180 dias, é de R$ 11 milhões.
Segundo o engenheiro do Deinfra que fiscaliza a obra, Wenceslau Diotallevy, a Empa atualmente está trabalhando no canteiro de obras, montando as treliças, que são peças triangulares. Elas serão colocadas entre as quatro bases já instaladas. Diotallevy se negou a dar detalhes da discussão com a Empa e falar em valores apresentados para a parte final da restauração.