Mesmo com o decreto de estado de emergência devido à fumaça de São Francisco do Sul, o governador Raimundo Colombo foi a São Paulo reforçar as intenções catarinenses em receber a fábrica de Mercedes-Benz. Sem resposta, voltou para o Estado: a empresa ainda não decidiu onde instalará sua estrutura no Brasil, que acontecerá nos próximos 10 dias.

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A reunião ocorreu na sede da empresa de jatos Target, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no fim de tarde desta quarta-feira e durou 45 minutos. Além do governador, estiveram no encontro o presidente da montadora no Brasil, Philipp Schiemer, o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Paulo Bornhausen, e o prefeito de Joinville, Udo Döhler. A resposta da Mercedes à investida foi considerada positiva pelos representantes de Santa Catarina, sob a avaliação de que a proposta para o Norte do Estado foi muito boa.

Por outro lado, a empresa explicou que mantém uma relação de confiança e histórica com São Paulo, onde instalou sua primeira fábrica há 60 anos em São Bernardo do Campo. O governo Raimundo Colombo declarou, através da assessoria, que acredita que São Paulo tem mais força na negociação. Mas, caso a escolha da montadora surpreenda, o Norte catarinense se tornaria um polo milionário automotivo, com a instalação já confirmada da BMW e da General Motors.

– Eu continuo achando que São Paulo é favorita, porque tem relações profundas de produção. A BMW não tinha raízes no Brasil, existe essa diferença. Mas tudo é possível – disse o secretário Paulo Bornhausen.

Não há uma previsão precisa de quanto a instalação beneficiaria o Estado, mas Bornhausen avalia que os números seriam parecidos com os da BMW: 1,2 mil empregos diretos, 30 mil veículos fabricados por ano e investimento para construção de R$ 1 bilhão.

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O governador viajou de São Paulo para Santa Catarina pela segunda vez no mesmo dia. Isso porque ele já havia saído de Florianópolis nesta quarta-feira para a capital paulista pela manhã para uma palestra na Associação dos Dirigentes de Vendas (ADVB), quando conseguiu marcar a reunião com a diretoria da Mercedes-Benz. Mas Colombo precisava checar a situação de São Francisco do Sul e, entre as reuniões, conseguiu um voo para o Norte catarinense para encontro com os dirigentes da Defesa Civil e de segurança.

O novo embarque para São Paulo foi a terceira decolagem e, na quarta viagem do dia, retornou à capital de SC. Sem resposta, Colombo aguarda uma solução para o que pode mudar o rumo da economia em uma região que hoje sofre com a fumaça.