Embora Joinville concorra com as cidades paulistas Sumaré e Piracicaba para sediar a montadora da Mercedes-Benz, sabe-se que o Estado ofereceu a melhor proposta técnica e financeira, semelhante à que foi aceita pela BMW.
Continua depois da publicidade
A oferta inclui uma linha de financiamento via BRDE para a aquisição do terreno e instalação da fábrica, mais uma atenção especial na disponibilidade de toda a infraestrutura necessária. O retorno do investimento a SC, na forma de tributos, é de oito anos.
Também pesam na decisão da Mercedes-Benz a infraestrutura da região, com quatro portos, a tradição metalmecânica e a qualificação dos trabalhadores. Se o conselho da companhia, que deve se reunir nesta quarta-feira para decidir sobre o local, escolher o Norte de SC, estará formado o maior polo de carros de luxo da América Latina. A Audi já decidiu produzir em São José dos Pinhais, no Paraná, a cerca de 100 quilômetros de Joinville. E a Land Rover também negocia com o Norte do Estado.
Por meio de sua assessoria no Brasil, a Mercedes-Benz informou que pretende definir o local da próxima fábrica no país dentro das próximas semanas. No entanto, o prazo para que a montadora alemã se enquadre no programa federal Inovar Auto para a fabricação de veículos expira no dia 30 de setembro.
Igualdade entre as concorrentes
Continua depois da publicidade
As negociações para atrair a Mercedes começaram ainda no ano passado pelo governo estadual. As conversas evoluíram e desde maio deste ano, Joinville passou a ser a finalista catarinense no processo de escolha da montadora. As informações mais recentes solicitadas pela Mercedes à prefeitura de Joinville relacionam-se a detalhes do programa Pró-empresa e a aspectos de formação profissional e educação.
– Minha percepção pessoal é de que o investimento virá para Joinville. Se não ganharmos, será por mínimos detalhes – argumenta o secretário de Desenvolvimento Econômico do município Jalmei Duarte.
Em SC, a montadora analisou terrenos em Joinville, Garuva, Barra Velha e em Guaramirim. Outras cidades brasileiras consideradas foram Juiz de Fora (MG), Rio de Janeiro e São Paulo.
O prefeito Udo Döhler avalia que Joinville disputa com as cidades paulistas em igualdade de condições. Mas reconhece que SP tem vantagens competitivas em aspectos jurídicos.
Continua depois da publicidade
– Aqui nós estamos reestruturando o modelo de benefícios e incentivos fiscais. Também, a Lei de Ordenamento Territorial (LOT) ainda está em discussão. Estes fatores criam insegurança jurídica – admite.
Mesmo porte da BMW em SC
A Mercedes-Benz planeja começar a produção no Brasil no início de 2015. A empresa também não deu pistas de quanto deve investir na fábrica e nem divulgou oficialmente quais modelos seriam fabricados no país.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, em 10 de setembro, o presidente da montadora no Brasil, Philipp Schiemer, afirmou que a nova unidade terá capacidade de 30 mil veículos, número semelhante ao previsto pela nova fábrica da BMW em Araquari.
Ele disse também que o primeiro modelo a ser produzido na nova fábrica é o GLA, lançado na semana passada no Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha, e que deve chegar ao Brasil no segundo semestre de 2014, com o preço estimado em R$ 131 mil.
Continua depois da publicidade
Ainda conforme a reportagem do Valor, em uma segunda fase de produção, a empresa pretende produzir automóveis da linha de sedãs da Classe C, a mais vendida no mercado brasileiro. A assessoria da Mercedes no Brasil, no entanto, diz que esses são os modelos em potencial para fabricação na nova unidade.