Além da reforma da pista, que está em andamento, o aeroporto Serafim Enoss Bertaso, de Chapecó, deverá receber um novo terminal de passageiros. Em audiência pública sobre o aeroporto realizada nesta segunda-feira no Hotel Lang, o prefeito José Cláudio Caramori e o secretário de Infraestrutura do Estado, Valdir Cobalchini, anunciaram que o governo do Estado vai priorizar investimentos na melhoria do aeroporto, com recursos da compensação pelas perdas da Resolução 72, que unifica em 4% a alíquota de ICMS em Produtos Importados.

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Caramori disse que a obra vai custar cerca de R$ 80 milhões. Cobalchini afirmou que investimentos de R$ 44 milhões já estavam previstos mesmo antes da compensação do ICMS. A previsão é de assinar os convênios entre o Estado, prefeitura e governo federal ainda em 2012, para dar início ao processo licitatório.

O projeto, elaborado pela Prosul, já está com os governos do Estado e Federal. De acordo com o engenheiro civil Robson Sebastiany, prevê pátio para seis aeronaves de grande porte, 12 hangares particulares, terminal de passageiros de 2,5 mil metros quadrados e capacidade para 503 passageiros por hora, terminal de cargas de mil metros quadrados, aumento da pista de 2.563 metros para 2.940 metros, pista de 1.500, torre de controle, dois conectores ligando o avião ao terminal e estacionamento para 250 carros.

Sebastiany disse que o novo aeroporto poderá receber até Boeing 767 300, com capacidade para 320 passageiros. Antes da interdição, o aeroporto recebia aviões até 142 lugares. A construção de um novo terminal é uma das exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

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Ampliação de voos em Chapecó depende de adequações na segurança

O diretor de operações da Anac, Carlos Eduardo Pellegrino, que esteve segunda-feira na audiência pública, disse que, para a ampliação de voos em Chapecó, são necessárias adequações em segurança e a retirada de obstáculos numa área de 150 metros da pista.

Atualmente, essa recomendação não é cumprida. Pellegrino disse que a reforma da pista, que está em andamento, vai permitir a retomada dos voos, suspensos completamente desde o dia 21 de abril, na mesma situação anterior a março, quando houve uma interdição parcial, restringindo operações a aeronaves com menos de 72 passageiros. O governo do Estado investiu R$ 9 milhões e a prefeitura mais R$ 2 milhões para a reforma, que deve ser concluída até 5 de julho.

Após o término da obra a Anac ainda precisa aprovar a reforma. Mas, segundo o diretor, isso é rápido.

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A deputada estadual Luciane Carminatti (PT), uma das proponentes da audiência, disse que ficou claro a necessidade da interdição em virtude das más condições da pista do aeroporto. Ela destacou a necessidade de uma gestão mais profissional do aeroporto, que é administrado pelo município. De 2010 para 2011, o movimento aumentou 26%, passando de 198 mil passageiros para 250 mil. Antes da interdição eram oito voos diários.